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Falta de equipamentos para perícia deixa investigações inacabadas

Casos de grande repercussão mostram como o trabalho da policia cientifica é importante. Pelas marcas de pneu no chão, a perícia chegou à moto dos bandidos que mataram a juíza Patrícia Acioli, em Niterói. Já o assassinato da menina Isabella Nardoni, em São Paulo, não teve testemunhas. O pai e a madrasta de Isabella foram condenados porque os peritos conseguiram provar a autoria do crime.

“Pessoas mentem; provas, nunca”, ressalta o perito criminal José de Morais. Produtos químicos descobriram o sangue de Isabella no carro, no lençol, na rede de proteção. Os técnicos conseguiram até comprovar que a camiseta do pai de Isabella tinha marcas da tela que foi cortada. “A perícia no Brasil pode ser considerada antes do caso Nardoni e depois do caso Nardoni”, diz José de Morais.

São Paulo é um dos 17 estados que já se adaptaram a uma lei de 2009, que estabelece autonomia aos peritos. Quando não têm autonomia, os peritos reclamam. “A área técnica fica relegada a um segundo plano, fica esquecida por não ser atividade operacional da polícia. Então a compra de material básico de trabalho é relegada a um segundo plano”, diz o presidente da Associação Fluminense de Medicina Legal, Abrão Oliveira.

O Instituto Médico Legal também faz parte da policia científica. Os legistas examinam, por exemplo, o corpo da vitima de morte violenta e também pessoas agredidas, intoxicadas ou presas dirigindo bêbadas. O IML do Rio fica em um prédio novo. Foi inaugurado há dois anos, custou R$ 35 milhões e está assim: paredes quebradas, reboco caindo, piso com infiltração, portas danificadas. E equipamentos que não funcionam ou não servem.

“O setor de Odontologia tem uma única cadeira odontológica que está quebrada há muito tempo, o que impede a realização de exames como eles deveriam ser feitos, lamenta o deputado federal Alessandro Molon.

No mesmo vídeo feito pela Comissão de Segurança Pública da Câmara, um médico fala de um equipamento inadequado: “Esse é um aparelho para cirurgias ortopédicas. Isso traz um transtorno para fazer o diagnóstico e achar os projéteis de armas de fogo no cadáver”.

O diretor da Polícia Técnico-Científica do Rio, Sérgio Henriques, admite o erro. “Na verdade, ele é mais adequado a um hospital do que ao médico legal. Em vez de você fazer a varredura completa do corpo, você vai fazendo em setores.”

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