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Falta de equipamentos para perícia deixa investigações inacabadas

“Isso é uma peça do trem de pouso de um avião em que no momento do pouso houve uma fratura, e a questão é se essa fratura foi fadiga, ou o que aconteceu com essa peça”, mostra Sara Lenharo, perita da Polícia Federal. “Eu consigo provar que tem um defeito interno, por exemplo, na peça, sem ter que cortar. Se a polícia pode dar resposta, uma resposta técnica, robusta, rápida, você vai acabar com a impunidade em pouco tempo”.

Onde falta tecnologia avançada, também faltam materiais bem mais simples. “Falta impressora, falta cartucho para a impressora. Algumas vezes falta papel. E falta computador em quantidade suficiente para que o perito possa produzir o seu laudo na perícia”, conta Elcio Carvalho da Costa, da Associação dos Peritos do Estado do Rio de Janeiro. Com isso, atrasa tudo.

Em 2008, você viu no Fantástico a Operação Hércules, que desmontou uma quadrilha que traficava anabolizantes e medicamentos proibidos no Brasil. Só agora, quatro anos depois, o delegado Marcos Cipriano recebeu uma resposta da perícia. “Não foi possível fazer a análise. Não por culpa do perito, ou qualquer outra coisa, e sim por falta de recurso”, justifica.

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados visitou o Instituto de Criminalística e o IML do Rio e gravou um vídeo. Nas imagens, uma grande quantidade de drogas e material que ainda tem que ser periciados. Até o laboratório acaba virando depósito.

“Muitos materiais são colocados onde tem espaço, onde surge espaço, por conta do grande volume de trabalho e de material que entra”, mostra o perito criminal Alexandre Giovanelli.

O vídeo também mostra a chamada capela de fluxo, uma espécie de exaustor. Ela é importante para que o perito não respire os gases das análises químicas, o que é muito perigoso. “Só que, nesse caso, ela não está funcionando. E no interior não existe nem capela de fluxo”, acrescenta Giovanelli.

Em Curitiba, mais salas abarrotadas de provas esperando perícia. “Se continuar como está hoje, levaríamos cinco anos para acabarmos com todo esse estoque”, explica a perita balística Jandira Bolda.

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