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Especialista explica porque mudança no edital de licitação da BR-381 vai atrair interessados


Professor da Fundação Dom Cabral fala da retirada do lote 8 e do novo atrativo para as empresas disputarem o leilão

As mudanças no edital de licitação da duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, o tornaram mais atrativo, o que deve fazer com que, ao contrário das últimas tentativas, surjam empresas interessadas em disputar o leilão. Esta é a avaliação do professor Paulo Resende, coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral. A exclusão da concessão do lote 8, que previa desapropriações de imóveis ondem residem mais de 800 famílias na Vila da Luz, região Nordeste de Belo Horizonte, às margens do Anel Rodoviário, é a principal novidade do edital.

“Eu considero que vai ser atrativo, bem mais atrativo dessa vez do que em outras oportunidades, principalmente por causa da retirada da chamada influência urbana ali na região de Sabará. Essa é uma região de ocupação complexa, portanto, a rodovia sofre influência dessa ocupação desordenada. Então, eu acho que é um edital mais limpo, vamos dizer assim, sob o ponto de vista da complexidade, principalmente ligada à saída da região metropolitana de Belo Horizonte. Portanto, a gente tem uma confiança de, que dessa vez, nós teremos interessados, ao contrário dos eventos anteriores”, afirma o professor.

Paulo Resende detalha o motivo da importância da retirada do lote 8 do leilão e o que, na prática, muda a partir de agora para as empresas interessadas em concorrer aos lotes. Para ele, a complexidade do que teria que ser feito era um grande complicador para que as construtoras manifestassem o desejo de participar do processo.

“A concessionária que vencesse teria que desapropriar, e até mesmo fazer reassentamentos de comunidades que ocupam aquela área. Então, o valor da desapropriação seria muito questionado na Justiça, nós teríamos uma avalanche de questionamentos jurídicos sobre a própria desapropriação. Teria também que fazer o reassentamento de algumas centenas de famílias antes de cobrar o pedágio. Os investimentos estavam muito atrelados a questões muito complexas e que, muitas vezes, não são da competência de uma concessionária. Isso afugentou os potenciais interessados. Essa é a grande diferença de agora”, pontua Resende.

Por fim, o professor exalta o valor logístico, comercial e estratégico da rodovia para a economia e o turismo de Minas Gerais.

“Este trecho é de importância fundamental para a logística não só do Estado de Minas Gerais, como do Brasil. A BR-381, o trecho a ser concedido, tem grandes volumes de cargas, é a principal conexão do Estado com os portos do Espírito Santo, assim como uma importância muito grande para o próprio Estado de Minas Gerais. Isso abrange tanto a questão de cargas quanto de passageiros. Portanto, se nós considerarmos o trecho a ser concedido, ele se encontra entre os três de maior importância para a Minas Gerais.”

Com a aprovação do edital, a realização do leilão de concessão das obras de duplicação do trecho entre Belo Horizonte e Governador Valadares da BR-381 está marcado para o dia 29 de agosto.

(Fointe: O Tempo)

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