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Há dois anos, disputa de poder e acusações esquentam clima no CNJ

Mas Correa, segundo conselheiros, acabou abalando as estruturas e a confiança de todos, exceto de Peluso. Gilmar, perto do fim de sua gestão, encaminhou diversas resoluções para o plenário do órgão. Mas Correa, embora ainda nem tivesse assumido legalmente a função, teria trancado os processos em sua gaveta, relataram conselheiros. A suspeita de que Correa tivesse trancado as resoluções para que não fossem apreciadas e pudessem ser revistas por Peluso depois teria se confirmado depois que arrombaram a gaveta da mesa dele.

Gilmar ficou irritado. Com dedo em riste para Correa, conforme relatou mais de um conselheiro, chamou o preposto de Peluso de moleque, disse que ele não honrava a toga e que não era bem-vindo. Mesmo assim, Correa ainda ficou um tempo que teria sido suficiente para preparar dossiês contra os conselheiros, conforme denunciaram.

Contam conselheiros que o assessor de Peluso usou expressões como “não confiável” e “inimigo” nos informativos que classificavam integrantes do CNJ. Ao saber da história, os conselheiros se reuniram com Peluso havia dez, segundo disseram. E mostraram sua indignação com a suspeita. Correa deixou a secretaria geral em dezembro de 2010 para voltar ao Tribunal de Justiça de São Paulo e ser promovido a desembargador.

Após Correa, Peluso indicou Fernando Florido Marcondes, também de São Paulo. Os dois são amigos a ponto de se cumprimentarem com um beijo na face. Num órgão que tem como função investigar o Judiciário e, portanto, até mesmo juízes, Marcondes é representante de classe dos magistrados. É diretor-adjunto de Relações Institucionais da Associação dos Magistrados do Estado de São Paulo (Apamagis). Marcondes também passou a ser alvo dos conselheiros, que reclamam da autonomia excessiva dele. Além disso, acusam-no de montar uma “república de juízes-auxiliares” em detrimento dos conselheiros. Aos primeiros, segundo acusações, são garantidas participações em seminários e viagens e verbas de diárias , enquanto aos conselheiros só resta atuação de “burocrata de plantão”, definiu um deles.

Outro ponto de atrito entre os conselheiros e o secretário-geral foi uma contratação, por R$ 68 milhões, para a compra de um banco de dados que reunirá informações dos tribunais de todo o país. A IBM, que concorreu e perdeu, levantou acusação de que teria havido direcionamento na licitação. Por se recusar a dar parecer favorável à compra, o então diretor de Tecnologia e Informação do CNJ, Declieux Dias Dantas, foi exonerado. O conselheiro Gilberto Valente investiga a concorrência.

Segundo alguns membros do CNJ, Peluso não dá muita importância ao Conselho, embora faça questão de presidir suas sessões. Isso, no entanto, acaba travando o andamento dos processos. Há alguns meses, o conselheiro Nelson Tomas Braga sugeriu sessões extraordinárias às quartas para poder agilizar o julgamento. Peluso não permitiu.

Vim aqui para presidir o CNJ e, às quartas, tem sessão do Supremo disse o presidente.

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