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Britânicos apostam em venda de ‘expertise olímpica’ para o Brasil

Parque Olímpico

O exemplo mais emblemático entre os que já selaram sua participação nos megaeventos brasileiros é o da filial britânica da AECOM, que fez o projeto do Parque Olímpico de Londres e recentemente ganhou o concurso para projetar também o Parque Olímpico do Rio, como parte de um consórcio que inclui ainda a empresa de arquitetura Wilkinson Eyre e a de engenharia Expedition.

Mas a lista dos que já assinaram contratos também inclui empresas da área de transporte (Steer Davies Gleave), comunicações (VERO), recursos humanos (Odgers Berndtson) e sustentabilidade (Useful Simple).

David Slater, da London & Partners, órgão público que promove os negócios da capital britânica, diz que pequenas e médias empresas também podem tirar proveito do interesse do Brasil por ‘expertise’ olímpica. Ele cita como exemplos a Ashbury Training, que forneceu softwares de treinamento durante a preparação para a Olimpíada de Londres, e uma pequena empresa que desenhou a tocha Olímpica e a Paraolímpica – a Barber Osgerby.

Já chegou-se a cogitar até que alguns estádios e estruturas desmontáveis usados em Londres fossem levados para o Rio para serem reutilizados em 2016. ‘Houve conversas sobre as estruturas de um estádio de basquete, mas nesse caso chegou-se a conclusão que isso não seria vantajoso’, disse à BBC Brasil Marcio Fortes, presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO) brasileira.

O embaixador do Brasil no Reino Unido, Roberto Jaguaribe, confirma que há um grande interesse em todos o tipos de colaboração, mas faz uma ressalva: ‘O Brasil está sempre mais interessado em se capacitar do que em em adquirir as coisas prontas’, diz, sem descartar, porém, que haja a necessidade de compras específicas.

Tábua de salvação

Nos últimos quatro anos, as obras e contratos relacionados à organização da Olimpíada ofereceram alívio para algum setores da economia britânica, em meio ao que se tornou a pior recessão do país em 50 anos.

Agora, com as previsões para o crescimento do PIB em 2012 girando em torno de 0%, uma das tábuas de salvação de tais empresas pode ser justamente a exportação dessa tecnologia de nicho e serviços aprimorados com a experiência olímpica para países que sediarão eventos esportivos internacionais.

Walsh registrou, nos últimos três anos, um aumento de 500% nas manifestações de interesse de empresas britânicas em fazer negócios com o Brasil – e igual crescimento no interesse de autoridades brasileiras pela expertise britânica.

‘As relações bilaterais estão recebendo um impulso importante por causa dos Jogos’, disse Walsh à BBC Brasil. ‘Nos últimos 18 meses foram realizadas pelo menos 10 missões britânicas ao Brasil e haverá muitas outras com o fim da Olimpíada.’

Interesse Brasileiro

O entusiasmo de autoridades brasileiras em relação aos Jogos em Londres – cuja organização foi considerada um sucesso – também impulsiona a parceria. ‘Os britânicos estão há anos aprendendo como se faz uma Olimpíada e há muitas áreas em que o conhecimento que eles adquiriram nesse processo poderia interessar ao Brasil’, afirma Fortes.

Como exemplo, o presidente da APO menciona as estruturas montadas para a competição de canoagem slalom, no centro aquático de Lee Valley. ‘Trata-se de um projeto hidráulico complexo, em que foi necessário pensar até nos menores detalhes, como um sistema para manter as aves fora do rio artificial’, explica.

‘Especialistas e engenheiros britânicos penaram por dois anos para entender como esse projeto poderia ser feito e no final o resultado foi bom. Agora nós precisamos fazer o mesmo e a sua colaboração poderia ser útil.’

Cerca de 250 observadores brasileiros divididos em dois grupos – o primeiro ligado ao governo e o segundo ao comitê organizador da Rio-2016 – estão acompanhando funcionários britânicos na organização e implementação de todos os aspectos do evento em Londres, desde a recepção dos atletas no aeroporto até a segurança nas entradas dos estádios.

Os esquemas de observação seguem as diretrizes de um acordo assinado pelos dois países em 2009, no qual ambos se tornaram ‘parceiros’ na realização das Olimpíadas e da Copa do Mundo. Mas eles também oferecem aos britânicos uma oportunidade ímpar de promoção das soluções desenvolvidas para os Jogos de Londres.

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