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A batalha da madeira

Em cartas a autoridades, a empresa responsável por Jirau sustenta que os erros nos marcos topográficos informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) já eram de conhecimento da construtora Norberto Odebrecht desde 2008. A empreiteira comanda a operação da hidrelétrica de Santo Antônio.

Em nota, a Santo Antônio Energia contesta os argumentos da concorrente: “As alegações feitas pela ESBR são totalmente infundadas e criam um alarde desnecessário”.

A nota insiste também que a empresa responsável pela construção de Jirau não tem “informações suficientes para concluir ou mesmo se manifestar sobre o assunto”.

A Aneel, responsável pelo desenlace do novo capítulo da história das usinas do Madeira, desautoriza o principal raciocínio apresentado pelos responsáveis por Jirau, de que a estrutura da barragem não suportaria uma mudança na cota de Santo Antônio.

O diretor André Pepitone alega que o edital de licitação já estabelecia que a barragem de Jirau deveria suportar uma pressão máxima superior àquela produzida pelo novo pedido de Santo Antônio. “O que a gente questiona é o seguinte: como é que as estruturas não aguentam os esforços se eles tinham os dados para dimensioná-las numa cota de 76,6 metros da coluna d’água em Jirau? Com base em que informação regulamentar, oficial, eles calcularam os esforços com a cota máxima de 73 metros?”, questionou Pepitone, referindo-se ao esforço que Jirau deveria suportar de acordo com as regras do edital. O diretor aponta subdimensionamento no cálculo da estrutura de Jirau.

“Nós teríamos de fazer um reforço em estruturas já concretadas”, concordou Victor Paranhos, presidente da Energia Sustentável do Brasil. “Por que vou ter um custo extra para eles ganharem mais?”, questiona. A disputa por megawatts extras ameaça parar na Justiça. “Nós já tentamos um acordo, mas eles estão irredutíveis, porque querem ganhar e impor perdas”.

Santo Antônio calcula que poderá gerar 200 MW extras e planeja instalar mais seis turbinas na hidrelétrica, com início da operação da primeira máquina previsto para o mês que vem. Jirau avalia que a mudança na cota da concorrente representará menos de 93 MW extras e ainda atrapalhará a operação das seis turbinas extras aprovadas para a hidrelétrica distante 120 quilômetros de Porto Velho. “A briga é boa, pois surgiram mais 400 MW de energia firme nas duas usinas, o que equivale a uma usina de potência instalada da cerca de 900 MW”, disse o diretor da Aneel.

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