Segundo Saiago, ficou definido que serão necessárias, inicialmente, que a firma vencedora disponha de três embarcações (duas em tráfego e uma a disposição para casos emergenciais). Toda obra necessária junto as duas cidades para garantir a tranquilidade das operações, como rampas, sanitários para usuários e outros serão de responsabilidade da empresa vencedora, que terá de cumprir horários pré-estabelecidos, com o menor tempo de percurso possível.
José Saiago salientou que atualmente, segundo consta das planilhas, o sistema opera com um total em torno de 144 mil veículos/ano e com um índice de crescimento, na razão de 9% ao ano. Causou estranheza aos presentes, no entanto, quando explicou que a firma tem uma receita de 2,5 milhões/ano, mas os custos chegam aos mesmos valores, o que significa que está operando sem lucratividade e concluiu dizendo da necessidade de implantação de um órgão particular para inspeção e controle do sistema, assim como aconteceu com o transporte de passageiros entre os dois municípios, oferecendo uma nova dinâmica de controle de tráfego.
Oferecida a palavra aos presentes, o secretário municipal Mario Almeida disse que existe a necessidade de melhorias consideráveis no sistema (embora com a entrada em operação de uma segunda barca, a situação já se mostre melhor) “A demanda está acima da capacidade de transporte das barcas” disse. O secretário lembrou que grande parte da safra nortense hoje sai através da fronteira com Tavares, mas que, por outra parte, aumentou a demanda pela presença de outras mercadorias que deixam o Porto do Rio Grande com destino ao centro do Estado, ou que buscam a travessia vindos de Santa Catarina e outros que demandam ao Superporto.
O vereador Luiz Carlos Costa lembrou que somente foi implantada uma segunda barca pela intervenção do Ministério Público, através de solicitação da Câmara de Vereadores e homologada pela Justiça, pois “caso contrário estaríamos ainda com uma só embarcação, o que vinha causando dificuldade de toda ordem para o grande número de veículos que ficavam, por vezes, até 30 horas esperando para a travessia”.
Esse fato foi contestado pelo representante da F. Andreis que salientou a existência de um acordo estabelecido, onde a firma se comprometeu em colocar na operação uma barca com maior capacidade de transporte (600 toneladas), mas, terminou por encontrar dificuldades já que a firma teve de realizar, inclusive, obras emergenciais para a rampa de acesso, coisa que, no seu entender, não deveria ser de responsabilidade da F. Andreis. O representante disse, também, que a firma, após a implantação da segunda barca vem trabalhando com prejuízo financeiro, considerando os custos operacionais com rebocadores mais potentes, com consumo maior de combustível etc e deixou claro que a firma pretende participar da concorrência “mas não o fará pelos valores cobrados atualmente”. Concluiu dizendo que a F. Andreis colocará bilhetagem eletrônica para os usuários e teceu críticas quanto aos caminhões que atravessam o canal com carga superior a capacidade do veículo, causando também, problemas para o controle de peso da embarcação.
O vereador Luiz Carlos contestou as palavras do representante da F. Andreis afirmando que a segunda barca foi, efetivamente colocada em tráfego, após a manifestação do Legislativo e a intervenção do Ministério Público, enquanto outras pessoas que se manifestaram, como o empresário Paulo Nozario, alegaram as dificuldades encontradas na travessia, inclusive com a necessidade de manifestações de caminhoneiros e outros motoristas, para que houvesse uma solução aos caos em que se encontrava o sistema de travessia.
Foi, ainda, solicitado a superintendência do SPH que, antes da publicação do edital, a realização de nova audiência pública para que todos possam tomar conhecimento sobre a redação final do edital.
Ainda usaram da palavra os srs. Claudio Tarouco, o empresário Paulo Nozario e o presidente Mendes, do Sindicato dos Portuários além de vereadores.