Em meio a um escândalo, o Partido da República desistiu de uma indicação política para o comando do Ministério dos Transportes e a presidente Dilma Rousseff efetivou no cargo o ministro interino.
Relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Controladoria Geral da União (CGU) encontraram superfaturamento e indícios de desvio de dinheiro em obras de estradas e de ferrovias brasileiras. Em meio a um escândalo, o Partido da República (PR) desistiu de uma indicação política para o comando do Ministério dos Transportes e a presidente Dilma Rousseff efetivou no cargo o ministro interino.
Em apenas dois anos (2009 e 2010), o Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou superfaturamento de R$ 720 milhões em obras do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Só na reforma do Anel Rodoviário de Belo Horizonte as irregularidades somam mais de R$ 300 milhões.
A Controladoria Geral da União, órgão do governo federal, encontrou irregularidades em 12 trechos da ferrovia Norte-Sul, administrada pela estatal Valec. Os problemas vêm desde 2006 e a lista é longa: licitação direcionada, pagamento indevido, superfaturamento nos preços, falhas nas obras executadas.
No trecho entre Anápolis e Uruaçu, em Goiás, a Controladoria detectou pagamento indevido por equipamentos e preços acima do praticado no mercado. Entre 2003 e 2011, as investigações da Controladoria levaram à demissão de 60 pessoas ligadas ao Ministério dos Transportes. E há outros 150 processos de demissão em andamento.
A Controladoria vai abrir sindicâncias para investigar o enriquecimento de Mauro Barbosa, ex-chefe de gabinete do ministro Alfredo Nascimento, afastado na semana passada. Ele está construindo uma mansão de mil e quatrocentos metros quadrados, em um bairro nobre de Brasília, avaliada em mais de R$ 4 milhões.