O sindicato quer que o MPF e a PF investiguem licitação feita pela estatal na escolha da gestora do plano de saúde dos funcionários da petroleira, no fim de 2013.
Sindicato cobra explicação da estatal por escolha da companhia que vai administrar plano de saúde de petroleiros
O Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio) deverá formalizar denúncia ao Ministério Público Federal e à Polícia Federal nos próximos dias contra a Petrobrás. O sindicato quer que o MPF e a PF investiguem licitação feita pela estatal na escolha da gestora do plano de saúde dos funcionários da petroleira, no fim de 2013.
A empresa Tempo CRC, que pertence à GP Investiments, foi escolhida em novembro para gerenciar o plano de saúde dos funcionários da estatal: a Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), que tem uma carteira de 292 mil pessoas, incluindo os dependentes dos cerca de 90 mil funcionários da Petrobrás. O contrato é de R$ 319 milhões e vigora por cinco anos.
A Tempo não atuará como operadora de saúde. A empresa será responsável pela gestão de informação do negócio, call center, coordenação de cadastro dos beneficiários, da rede credenciada e autorização e regulação do serviço médico e odontológico da AMS. Até então, esse serviço era feito por funcionários terceirizados pela Petrobrás, segundo o sindicato.
As companhias Orizon (da Bradesco Saúde), Mediservice (da Bradesco Seguros) e Benner Sistemas foram convidadas a participar dessa licitação. No entanto, segundo Emanuel Cancella, da secretaria-geral do Sindipetro, elas desistiram do processo e a Tempo foi declarada vencedora. “Não houve concorrência. Pedimos explicações para a Petrobrás, mas eles não nos convenceram de que a licitação tenha sido feita de forma transparente”, disse Cancella. Procuradas, Tempo e Mediservice não comentaram o assunto. Orizon e Benner não responderam aos pedidos de entrevista.
O Estado teve acesso a três cartas trocadas entre o Sindipetro e Eugênio Dezen, gerente executivo dos serviços compartilhados da Petrobrás. Em carta enviada em 21 de janeiro, o Sindipetro cobra explicações sobre o processo no qual a Tempo saiu vencedora. No dia 29, a Petrobrás confirmou que houve processo licitatório na modalidade convite.
Cancella pediu mais explicações sobre a desistência das três empresas. O sindicalista informou que até ontem à noite não obteve resposta da estatal e que o Sindipetro prosseguirá nas investigações.
A Petrobrás informou, por meio de sua assessoria, que realizou licitação na modalidade convite para selecionar empresa que vai prestar serviços de suporte tecnológico ao plano. A Tempo CRC foi vencedora, na qual outras três empesas foram convidadas.
(Fonte: Estadão)