JC – Há uma crítica sobre a dimensão do negócio, que poderia ser, primeiro, um projeto piloto menor para depois partir para outro em toda a Região Metropolitana. A decisão por uma PPP maior foi política ou técnica?
TAVARES – Um misto. Temos um governador que impõe metas ousadas. (…) O critério técnico é que de nada adianta ter esgotamento numa cidade (da RMR) e não ter na outra.
JC – O senhor acha que essas divergências com o TCE serão dirimidas até quando?
TAVARES – Não sei como são os procedimentos internos do TCE. Acho que tem uma coisa que não está sendo discutida é a importância desse projeto. Foi muito ruim chegar ao ponto que chegou às vésperas das eleições (2012). As pessoas simplificaram um trabalho que pode ser revolucionário no Brasil, que pode servir de modelo, dizendo que não teria esgoto para pobre, teria aumento da tarifa, privatização.
JC – Qual é o índice de reajuste das tarifas?
TAVARES – O IPCA. Não entendi o questionamento do TCE: a regra é cristalina.
JC – O senhor acha que questões ideológicas dominando esse debate?
TAVARES – Minha percepção, pela Compesa, é que houve primeiro um medo. Fizemos várias reuniões explicando que a PPP blinda a empresa. Quanto ao sindicato, é claro que há a questão ideológica: eles defendem a parceria ‘público-público’, que é o que levou a esta situação: menos de 30% de cobertura (de esgoto) no Grande Recife. Acho que tem o medo do novo e a compreensão que PPP não pode ser confundida com licitação da 8.666 (…). O que precisa é de regras claras, que o nosso contrato tem.
(Fonte: JC Online)