Decreto baixado pelo prefeito Fernando Haddad, que traça as regras para a licitação do serviço, permite um aumento
Se os paulistanos tinham esperança de que a Prefeitura aproveitaria os novos contratos a serem negociados com as empresas de ônibus da capital – os atuais vencem em julho – para tentar melhorar esse serviço, hoje de péssima qualidade, vão ficar decepcionados. Decreto baixado pelo prefeito Fernando Haddad, que traça as regras para a licitação do serviço, permite um aumento – isso mesmo – da lotação dos ônibus, quando o que se esperava era exatamente o contrário. Para atenuar o impacto dessa má notícia – verdadeira ducha de água fria para os milhões de passageiros que utilizam esse meio de transporte -, a Prefeitura promete um desafogo dos ônibus nos próximos anos. Acredite quem quiser. Depois dessa medida infeliz, a imensa maioria tem bons motivos para apostar no pior.
Seis tipos de ônibus operam na cidade, classificados de acordo com seus tamanhos – mini, midi, básico, padrão, articulado e biarticulado. Com exceção dos mínis, todos poderão transportar até seis passageiros em pé por metro quadrado, que é o limite aceitável pela legislação brasileira. O limite para os mínis é de quatro passageiros. Embora esses limites signifiquem ônibus lotados, a Prefeitura pode alegar que está dentro da lei – mas os passageiros têm todo o direito de querer coisa melhor.
O problema é que foi elevado o número total de passageiros que podem ser transportados, sem que as dimensões exigidas da maioria dos veículos tenham sido aumentadas na mesma proporção. Segundo as normas da São Paulo Transportes (SPTrans), empresa que gerencia o serviço de ônibus, os veículos do tipo básico podem levar até 65 passageiros – sentados, em pé ou em cadeira de rodas. Esse número subiu para 75, embora o comprimento do ônibus tenha tido um aumento irrelevante – de 12,2 m para 12,5 m. A capacidade exigida dos articulados passou de 100 para 111 a 171 passageiros, de acordo com seu tamanho, que antes era de 18,8 m e agora pode chegar a 23 m. A capacidade dos biarticulados subiu de 160 para 198, mas seu comprimento máximo continua sendo 27 m.