o governo pode chamar o segundo colocado, mas muitas vezes se vê forçado a reiniciar o processo de licitação.
Para ministro dos Transportes, atraso de obras se deve principalmente ao tribunal
Há um mês e meio no cargo, o ministro dos Transportes, César Borges, não esconde sua perplexidade com os obstáculos que o governo enfrenta para tocar seus projetos. “No passado, não se tinha dinheiro para gastar em infraestrutura”, comentou em entrevista ao ‘Estado’. “Agora, tem recursos, mas não conseguimos gastar.” Entre os elementos que atrasam as obras, ele atacou principalmente o Tribunal de Contas da União (TCU).
“O TCU a cada dia passa de órgão fiscalizador para gestor de obras”, afirmou. “Ele não apenas se contenta em acompanhar os preços, a melhor utilização do recurso público.” Borges informou que o tribunal às vezes solicita informações e questiona pontos que deveriam ser decisão do responsável pela obra.
Ele citou como exemplo um corte no solo para a construção de uma estrada. “Tem de fazer uma sondagem que vai até o leito da estrada; se tiver dez metros de rocha, eu tenho de ir até lá embaixo”, explicou.
“Mas por que ir até o leito? Às vezes, basta ir até o impenetrável, que é a rocha.” Para Borges, esse tipo de decisão deveria ser do gestor, e não do tribunal. “O gestor da obra é o gestor da obra, o órgão público, e aí ele assume a responsabilidade”, afirmou. “Mas, se o tribunal quer fazer gestão de obra, complica um pouco.”