Um dos primeiros reflexos da licitação dos transportes da cidade de São Paulo será a melhoria nos terminais de ônibus.
A promessa é do secretário de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo, Edson Caram, em entrevista na manhã desta segunda-feira, 25 de março de 2019, aos repórteres Adamo Bazani, do Diário do Transporte, Victor Bonini, da TV Globo, e Guilherme Balza, da Rádio CBN.
“A primeira mudança [no sistema de transportes] vai ser a criação do fundo, que vai, no determinado momento, fazer com que os terminais tenham uma cara nova. Logo depois de criar o findo, vai ter isso.” – disse.
As viações que venceram a licitação terão até 60 dias a partir da assinatura dos contratos para criar este fundo de recursos que será administrado por uma empresa criada em conjunto por todas as companhias de ônibus.
Entre os objetivos do fundo será adquirir tecnologia para gerenciamento do sistema de ônibus e fazer a modernização dos terminais.
O presidente do SPUrbanuss, Francisco Christovam, entidade que reúne as companhias de ônibus na cidade, disse que este fundo vai contar com aportes de R$ 174 milhões em investimentos.
“Essa é uma das novidades que nós vamos ter nesse novo contrato. As 32 concessionárias deverão constituir um Fundo de Investimento em participações. Esse fundo vai criar uma pessoa jurídica, uma empresa, que vai contratar a gestão dos 29 terminais de integração que nós temos, vai contratar a operação da rede de comercialização – a venda de bilhetes e cargas no Bilhete Único –, e também um novo software para fazer toda a gestão e monitoramento da frota de São Paulo. É um investimento previsto da ordem de R$ 174 milhões, que as empresas deverão aportar num prazo de 48 meses, para que se possa realizar as melhorias nos terminais e no sistema de monitoramento e controle da frota”.
O representante das viações ainda disse que à medida que os terminais forem concedidos à iniciativa privada, como é o plano do governo municipal desde a época de João Doria, quando ainda estava na Prefeitura, o custo de manutenção destas estruturas vai deixar de constar na remuneração das viações.
A prefeitura quer conceder os terminais em troca de melhorias em ruas e iluminação num raio de 600 metros de cada uma destas estações. Como contrapartida, a iniciativa privada poderá, por exemplo, construir imóveis e explorar comercialmente as áreas dos terminais.
Christovam disse que ainda as empresas de ônibus não decidiram se vão participar destas concessões, mas advertiu que são poucos os terminais que poderão ter um verdadeiro atrativo para investimentos imobiliários e comerciais.
“Eu sei que a prefeitura fez uma tentativa de avaliação do que seria esta oportunidade de negócios e não logrou bom resultado. Essa questão de ‘todo o terminal em São Paulo pode ser um shopping center’, não funciona. Foi feito um estudo pela São Paulo Negócios e a própria secretaria de desestatização que foi criada no início da gestão Doria fizeram uma análise bem detalhada dessa questão e eu diria que dos 29 terminais já existentes, uns seis ou oito terminais poderiam ter atividades acessórias” – disse Christovam.
O primeiro terminal que deve ser concedido é o Terminal Princesa Isabel, no centro da cidade.
A prefeitura quer com o negócio revitalizar a região que ficou conhecida como cracolândia, devido ao alto consumo e venda de drogas, além da degradação do ambiente urbano.
Se não houver nenhuma mudança de data novamente, como já ocorreu em vezes anteriores, a entrega das pospostas deve ocorrer no próximo dia 29 de março.
(Fonte: Diario do Transporte)