O vice-presidente de patrimônio do clube, Alexandre Wrobel, foi mais incisivo. “Não acredito que esta decisão atrapalhe nossos planos de utilização do Maracanã. Sempre pensamos em parcerias com grandes empresas. Tenho uma reunião amanhã sobre isso e vamos ter uma posição mais atualizada”, informou.
Peter Siemsen, presidente do Fluminense, considerou o projeto “normal”. “Ele está dentro do que imaginávamos. Pelo que o Maracanã sempre foi, pelo que ele representa, concordamos com a decisão de não dar exclusividade para nenhum clube.”
Outra proibição é a utilização de naming rights no estádio. O nome Maracanã tem de ser preservado. No entanto, as outras estruturas do complexo, incluindo o Maracanãzinho, poderão ser renomeadas.
Está garantida também a cessão da administração do local à Fifa durante três meses, para a realização da Copa de 2014, e ao Comitê Olímpico Internacional, durante quatro meses, para os Jogos de 2016.
O secretário estadual da Casa Civil, Regis Fichtner, defendeu o fato de a concessão só ter sido realizada depois da reforma do Maracanã para a Copa das Confederações, no ano que vem, e da Copa do Mundo. Segundo ele, não haveria como atrair empresas com o custo de R$ 860 milhões da reconstrução.
“Tentamos fazer a concessão em 2008 e incluir a reforma, mas a conta não fechava. O investimento seria muito alto”, alegou.
Ponto nevrálgico. A obrigatoriedade de o novo administrador do Maracanã ter de investir na reforma do complexo é um ponto nevrálgico do projeto, que entregará o local à iniciativa privada por um período de 35 anos. Ele foi concebido com base em um estudo feito no início do ano pela empresa IMX Holding AS, do empresário Eike Batista, um dos interessados na concessão.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) já manifestou insatisfação com as demolições e o presidente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Roberto Gesta, também se mostra preocupado. “O governo do Rio deve assegurar que um novo estádio seja construído antes da demolição do Célio de Barros”, disse.
O consórcio vencedor receberá o Maracanã completamente reformulado para a Copa do Mundo de 2014 e o governo do Estado estimou que o novo complexo, que incluirá ainda um museu do futebol, lojas, bares, restaurantes, escritórios e estacionamentos para dois mil carros, possa gerar R$ 154 milhões em receitas anuais, contra R$ 43 milhões em despesas, além do pagamento de uma outorga de, no mínimo, R$ 7 milhões por ano.
Segundo a secretária estadual de Esporte e Lazer, Márcia Lins, o antigo Maracanã consumia cerca de R$ 9 milhões anuais e rendia R$ 15 milhões entre 2007 e o seu fechamento em 2010.
Depois da audiência pública, no próximo dia 8, o Estado tem 10 dias para fazer os ajustes e lançar o edital da concessão.
A ideia do governo é de que todo o processo esteja concluído no primeiro semestre de 2013 e que o consórcio vencedor assuma a gestão do complexo antes da Copa das Confederações.
O Maracanã está com 70% da reforma concluída e tem previsão de finalização em fevereiro.
Por: LEONARDO MAIA / RIO
(Fonte: O Estado de S.Paulo)