O governo de Dilma Rousseff tanto fez que conseguiu afrouxar as regras de licitação para as obras consideradas estratégicas para a Olimpíada e a Copa do Mundo.
Começa hoje, oficialmente, o maior evento esportivo da Terra, a Olimpíada de Londres, para a qual os brasileiros devem olhar com atenção redobrada, não em razão das eventuais medalhas, que obviamente serão bem-vindas, mas no que diz respeito à relação custo-benefício do esforço britânico para organizar os Jogos. Afinal, a próxima competição será no Rio de Janeiro, em 2016, e, ao que tudo indica, ainda não temos a dimensão exata do que significa ser sede olímpica, sobretudo em termos econômicos.
Os britânicos estão vivendo esse dilema, como afirma reportagem do jornal Financial Times (FT) republicada no Valor (26/7). Especialistas mostram que, embora possa até gerar ganhos econômicos consideráveis, a maior parte deles estará concentrada nas mãos de uns poucos investidores envolvidos no empreendimento.
Estima-se oficialmente que o gasto com a Olimpíada, previsto inicialmente em 2,4 bilhões de libras (R$ 7,6 bilhões), tenha chegado a 9 bilhões de libras (R$ 28,4 bilhões). No entanto, apenas 10 mil vagas de trabalho foram criadas no país por conta dessa enorme injeção de recursos.
Ademais, diz o FT, o transtorno causado pelas obras na vida dos britânicos ao longo dos últimos anos, o chamado “custo de perturbação”, resultou em perdas que não foram consideradas nas contas oficiais. Também não foram mensurados, por outro lado, os ganhos de longo prazo com imagem e com as obras de infraestrutura.