O objetivo é manter o Sicro atualizado a cada dois meses, o que pode contribuir para evitar as costumeiras reclamações de empreiteiras de que as obras foram orçadas a partir de preços irrealistas ou desatualizados e que, portanto, fazem jus a um reajuste. Esse argumento era frequentemente utilizado quando havia no País uma inflação galopante. Mesmo com a inflação sob controle, empresas construtoras continuaram a recorrer ao mesmo artifício para inflar seus preços, sob a alegação de que o Sicro não refletia a realidade do mercado. Esse expediente não apenas encarece obras, como abre a porta para notórios casos de corrupção.
A atualização não se limitará à estimativa bimestral de preços de 90 mil itens utilizados em obras do setor de infraestrutura de transportes, mas também tem como finalidade acompanhar a evolução tecnológica de obras em rodovias, ferrovias e hidrovias. As grandes empresas de construção pesada do País têm sido ágeis na absorção de modernas tecnologias, e esse fator terá igualmente de ser levado em conta na avaliação de custos. Todos os dados apurados deverão constar no site do Dnit a partir do próximo ano. Em casos específicos, a FGV, como prevê o contrato, pode ser convocada para a realização de estudos especiais, por iniciativa do Dnit ou do TCU.
O novo Sicro poderá, perfeitamente, ser utilizado como parâmetro pelos governos dos Estados e pelas prefeituras para elaboração de projetos e avaliação de custos de obras na área de transportes sob sua responsabilidade direta. O levantamento da FGV também pode ser de grande valia para a realização de parcerias público-privadas de que o País tem necessidade para vencer os grandes desafios com que se depara no setor de infraestrutura de transporte.
(Fonte: O Estado de S.Paulo)