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Falhas em plano de emergência prolongam caos aéreo

— A Infraero não precisa ter os equipamentos, mas precisa ter uma lista com fornecedores que os disponibilizem em tempo hábil para liberar a pista — diz Ronaldo Jenkins, diretor de operações e segurança de voo da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Os equipamentos da TAM vieram de São Carlos, no interior paulista. A primeira tentativa, no entanto, não deu resultado e o equipamento teve de ser trocado. Uma nova máquina chegou em Viracopos na manhã de ontem. No começo da tarde, a aeronave já estava erguida e alinhada, mas ainda não tinha sido movida de lugar. Em nova manobra, o cargueiro foi levado para uma pista lateral e, posteriormente, para uma “Taxiwai”, uma faixa de pista utilizada para taxiar aeronaves.

‘Houve demora excessiva’

Segundo Iran Duque, gerente de operações da Centurion, a demora na retirada da aeronave se deveu à complexidade da operação.

— É um trabalho muito complexo e envolvia combustível.

Quanto ao fato de existir apenas um único equipamento de resgate no país e perguntada se teria um “plano B” no caso do recovery kit não funcionar, a assessoria da Infraero afirmou que não existe outro plano, porque “esse tipo de acidente não acontece todo o dia”.

Para o ex-presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, “houve demora excessiva” na remoção da aeronave. Ele destacou também o problema da infraestrutura local e a indefinição do governo, até conceder Viracopos, em construir uma segunda pista do aeroporto, que tem espaço para mais duas. Caso existissem duas pistas, o problema seria contornado com facilidades, disse. O aeroporto, com cerca de nove milhões de passageiros por ano, só deve ganhar uma segunda pista em 2017, prevista do edital de licitação.

A Azul disse ter oferecido ainda a troca de passagens e o transporte, em ônibus fretados, de passageiros com destinos mais próximos de Campinas, como o Rio, mas o atendimento aos passageiros da Azul foi questionado por vários passageiros ouvidos pelo GLOBO. Indignada com o tratamento da empresa, a secretária Socorro Araújo, que veio de Recife para passar o feriado em Campinas e teve retorno remarcado para as 13h13m de hoje, não se conformava em perder mais um dia de trabalho. Segundo ela, a empresa não ofereceu hotel, alimentação e, muito menos, o pagamento da condução até a casa de parentes onde estava hospedada:

— Preciso trabalhar. Já perdi dois dias. Eles (a Azul) só querem me devolver o dinheiro que paguei pela passagem. Com esse valor não tenho como comprar uma passagem de outra companhia. Para isso, tenho que ir para São Paulo ou para o Rio, uma viagem de mais de seis horas de ônibus. Essa é a última vez que embarco pela Azul.

A estudante Carolina Ferraz, que mora em Sorocaba (SP), acabou embarcando às 16h de ontem no ônibus oferecido pela Azul para os passageiros que optaram por uma viagem de oito horas até Belo Horizonte.

— Já sabia que iria ter problemas para embarcar. Sei que não é culpa da empresa, mas eles poderiam se organizar melhor — disse ela.

 

Por: Danielle Nogueira,Lino Rodrigues 
(Fonte: Extra)

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