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Falhas em plano de emergência prolongam caos aéreo

O aeroporto, com cerca de nove milhões de passageiros por ano, só deve ganhar uma segunda pista em 2017, prevista do edital de licitação.

SÃO PAULO, RIO E BRASÍLIA – Em meio ao caos aéreo que se instalou no país ontem, reflexo do acidente com um cargueiro da americana Centurion no aeroporto de Viracopos (Campinas) e problemas no sistema de check-in da TAM, falhas na execução do plano de emergência do setor vieram à tona: a dependência de uma única empresa para remover aeronaves avariadas da pista de pouso e decolagem — entre as aéreas em operação, apenas a TAM detém os equipamentos de resgate no Brasil — e a demora na reação das autoridades, que só se reuniram para discutir o acidente em Viracopos na segunda-feira pela manhã. O avião tombara na pista às 19h55m do último sábado.

 

O resultado foi mais um dia de atrasos e cancelamentos de voos, com filas intermináveis nos principais aeroportos do país. Até as 21h de ontem, 20,7% ou 505 das 2.438 das partidas domésticas programadas até aquele horário haviam saído fora do horário previsto. Entre os principais aeroportos, Brasília e Congonhas (SP), dois importantes centros de distribuição de voos da TAM, registravam os maiores índices de atraso, com 30,4% e 25,1%, respectivamente. Ao longo do dia, a situação de Congonhas foi ainda pior: até 12h, 34% das decolagens estavam atrasadas. A TAM respondeu por quase metade dos voos nacionais atrasados até 21h de ontem: 48% do total. Em Viracopos, o segundo mais importante em termos de movimentação de cargas no país, a pista só foi liberada no fim da tarde, quase 46 horas depois do pouso malsucedido do cargueiro, deixando um total de 495 voos cancelados e pelo menos 40 mil passageiros no chão.

 

Dos voos cancelados em Viracopos, 450 eram da Azul, responsável por 85% das rotas no terminal. A empresa estimou ainda um prejuízo de “dezenas de milhões” de reais por dia e admite que, para recuperar esse valor, pode processar a dona do avião. As operações foram retomadas às 17h35m, mas a expectativa é que todos os atrasos só serão eliminados até quinta-feira. A Azul disse ter cancelado a venda de novas passagens até o fim da semana.

 

O acidente com o MD-11 da Centurion, que partiu de Miami (EUA) carregado com 67 toneladas de eletrônicos e produtos manufaturados, aconteceu às 19h55m do sábado passado. Durante a aterrissagem, um dos pneus estourou e o avião só parou depois de arrastar a turbina esquerda pela pista. O Código Brasileiro de Aeronáutica diz, em seus artigos 90 e 91, que a aérea que causou o acidente deve arcar com as despesas da retirada do avião da pista e que, caso “não disponha de recursos técnicos ou não providencie tempestivamente a remoção da aeronave ou de seus restos, a administração do aeroporto encarregar-se-á dessa providência”, cobrando da aérea pelo serviço prestado.

 

Como a Centurion não dispunha dos equipamentos, a operação de retirada do avião só começou na noite de domingo, após a empresa ter acertado o aluguel de equipamentos da TAM reunidos no chamado de recovery kit. Este é composto de três veículos e um colchão de ar, usado para levantar aeronaves sem danificar a fuselagem. A TAM, segundo a Infraero, é a única a dispor desses equipamentos no país. A Varig também tinha um kit, mas, com a falência da companhia, ele foi leiloado no início deste mês.

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