No caso da concessão das linhas, a única parte constituída é a própria ANTT. Segundo as regras do TCU, só têm acesso a informações de um processo, até o julgamento, os advogados das partes, o que não é o caso de Erenice. Questionado ontem, o tribunal não se pronunciou a respeito, tampouco deu detalhes de qual cliente ela representava.
A licitação das linhas interestaduais esbarra no lobby das grandes viações do País, que faturam R$ 3,4 bilhões anuais, com base em autorizações obtidas sem concorrência pública. Elas são autoras de representação no tribunal para anular a licitação. A relatoria do processo foi transferida de Walton Alencar para Ana Arraes. O ministro também recebeu Erenice em audiência.
Embora documento do tribunal registre dez visitas da ex-ministra, as agendas de 11 dos 13 ministros confirmam apenas quatro compromissos dela, nos gabinetes de Múcio e Walton.
Para acessar o Anexo III, os visitantes têm de se cadastrar e informar o destino. Cada entrada fica registrada no sistema, que armazena o horário em que o crachá foi devolvido. O relatório do setor de segurança não informa, contudo, onde a ex-ministra esteve.
As visitas duraram até duas horas. Em 19 de abril, ela passou 44 minutos no Anexo III. Em 2 de julho, quando esteve pela primeira vez no gabinete de José Múcio, permaneceu 53 minutos. Em 8 de agosto, de volta ao gabinete do relator, ficou 2 horas. Na semana seguinte, quando esteve com Walton, permaneceu uma hora no TCU. O documento registra ainda visitas em 5, 12 e 31 de julho, 4 de setembro e 9 e 15 de outubro.
Por: FÁBIO FABRINI / BRASÍLIA
(Fonte: O Estado de S.Paulo)