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Dez mil saem às ruas em Franca, SP, para protestar contra tarifa de ônibus

Grande parte dos manifestantes protestou contra a licitação do projeto do viaduto por causa de supostas irregularidades.

 

Marco Feliciano, PEC 37 e corrupção estiveram na pauta dos protestos.

Manifestação terminou com gás lacrimogêneo para dispersar vândalos.

 

Pelo menos 10 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, saíram às ruas de Franca (SP) na noite desta quinta-feira (20) para protestar contra o valor da tarifa de ônibus na cidade. A manifestação que tomou as principais ruas do Centro da cidade teve um clima pacífico em sua maior parte. A PM informou que problemas foram registrados ao final das manifestações no Terminal Rodoviário Ayrton Senna, quando bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas contra um grupo que tentava depredar o local. Não houve feridos.

A pauta dos protestos em Franca também cobrou o fim da corrupção, a abolição da PEC 37 e a saída do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da Comissão de Direitos Humanos.

Os comerciantes da área central fecharam suas portas antes mesmo da manifestação começar por volta das 18h. Muitos dos trabalhadores aproveitaram para participar do ato. “Todos precisamos participar. Reclamar e não agir não resolve”, afirma a vendedora Solange Costa, que, com uma bandeira do Brasil e tinta verde em seu rosto, se juntou ao grupo.

 

Às 17h30, o movimento deixou o Terminal Ayrton Senna e deu início à caminhada. A maioria pregava um protesto sem bandeiras de partido e dizia “O povo unido não precisa de partido”, porém, outros grupos, munidos de cartazes, iniciaram o protesto antes da hora. Isso fez com que as pessoas se dispersassem e dividiu os manifestantes entre “partidários” e “apartidários”.

Os participantes percorreram de forma pacífica a Rua Monsenhor Rosa, as avenidas Major Nicácio e Presidente Vargas até a Rua Capitão Anselmo, onde fica a sede da Prefeitura. De frente à sede do Executivo, a população pediu transparência no governo e o fim da corrupção. Em seguida, o grupo seguiu até a Avenida Sete de Setembro.

Em todas as vias, o trânsito foi interditado pela Polícia Militar, que agiu para evitar que carros se espalhassem pelo centro da cidade. Após passarem pela Prefeitura, os francanos foram até a Câmara Municipal que, mesmo vazia, foi alvo da população, que se instalou no estacionamento do local para protestar. “Desde pequeno aprendi com meus pais que precisamos lutar para conquistar as coisas. Meu maior desejo é que aconteça uma grande mudança na educação.

Assim, as pessoas vão entender mais sobre política e tudo pode melhorar”, destacou um dos organizadores do protesto, Ezequiel Cunha, de 18 anos.

 

Após a parada na Câmara, os manifestantes seguiram para a Avenida Dr. Ismael Alonso y Alonso e o viaduto Dona Quita, localizado na Avenida Major Nicácio, onde a aglomeração foi maior. Grande parte dos manifestantes protestou contra a licitação do projeto do viaduto por causa de supostas irregularidades.

O protesto deveria ter sido encerrado no Viaduto Dona Quinta, mas os grupos continuaram o trajeto pela Avenida Dr. Ismael Alonso y Alonso e a polícia interditou os dois lados da via para evitar que o trânsito se intensificasse, além de bloquear a passagem de carros na Avenida Champagnat, que também compôs o trajeto dos francanos. Entretanto, o movimento de pessoas diminuiu na segunda parte do ato, que protestou contra os gastos da Copa do Mundo e cobrou melhorias na educação e na saúde. “Este tipo de protesto é importante para mostrar o que é a democracia e para mostrar às pessoas que elas podem e devem lutar por seus direitos.

Por isso estou aqui, e espero que esta atitude motive mais pessoas”, conta a estudante Eleonora Barbosa Sandoval, de 19 anos, moradora de Pedregulho (SP), cidade vizinha à Franca.

Por volta das 20h30, os participantes seguiram para o Centro, de volta ao terminal onde o protesto havia sido iniciado. Um grupo resolveu atirar tijolos nas casas durante o trajeto e foi contido pelos próprios manifestantes que diziam “sem violência”.

O manifesto seguiu pela Rua Capitão Zeca de Paula, rumo à Rua Monsenhor Rosa. A PM foi acionada após um carro ser atingido por pedras e iniciou um patrulhamento mais intenso na região. Ao final, já em número menor, os manifestantes se dirigiram ao terminal rodoviário Ayrton Senna, mas pelo menos dez participantes, segundo a polícia, deram início a um ato de vandalismo no local. A PM informou que eles tentaram saquear lojas e depredar um ônibus. O grupo ateou fogo em lixeiras e destruiu uma parte do Quiosque do Artesão, na Praça Barão.

“Graças a isso, a PM usou gás lacrimogêneo para dispersar os participantes. Mais policiais foram enviados e estamos nas ruas para evitar que mais vandalismo aconteça”, ressaltou a sub-comandante do batalhão, Major Silvana Helena Souzza.

O patrulhamento continua intenso na região central de Franca e, por enquanto, não há informações sobre feridos e presos. A organização do protesto ainda não definiu a data da próxima manifestação.

 

(Fonte: G1)

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