Ex-presidente da Câmara teria feito compra excessiva de mercadorias. Funcionários negam recebimento; firma fantasma pode estar envolvida.
O dono da empresa citada em um suposto esquema de compra irregular de alimentos envolvendo a Câmara de Igarapava (SP) afirmou, nesta quinta-feira (10), em depoimento à Comissão Parlamentar Processante (CPP), que os funcionários da casa receberam todas as mercadorias no fim do ano passado. Os servidores contestam a informação, alegando que a quantidade excessiva de leite, café, açúcar e suco, adquirida pelo então presidente da Câmara, Leandro Silva (PSD) em 2011, nunca foi entregue. Silva está afastado do cargo desde o início de abril, quando a denúncia foi protocolada.
Nesta quinta-feira, dez testemunhas de acusação foram ouvidas – entre eles o denunciante Siumar Morais Freitas. Segundo ele, o vereador teria desviado os alimentos quando ainda era presidente da Câmara. A compra no valor de R$ 2.464 teria sido feita nos meses de novembro e dezembro e as notas de café somam 117 quilos, sendo que funcionários afirmam que o gasto mensal é de 32 quilos.
Freitas também acusa o comerciante de ter aberto uma nova empresa usando uma funcionária como laranja. De acordo com ele, o CNPJ da segunda firma é verdadeiro, mas o endereço, hoje, abriga um depósito de vasilhames de bebidas.