“Nos governos anteriores não havia essa negociação com emendas. Elas surgiram dessa maneira, há sete anos, como traição ao governo”, afirmou Barbiere. Edson Aparecido era o candidato de Geraldo Alckmin a presidente da Assembleia.
O deputado disse que seu objetivo é lutar pelo fim do sistema de emendas porque, além de servir para negociatas, o valor total (R$ 2 milhões) que cabe a cada deputado é insuficiente para atender o eleitorado. “No meu caso, por exemplo, se for distribuir para 50 prefeituras, vai ser R$ 40 mil, um valor muito baixo, insuficiente para uma boa obra. E, se distribuir só para algumas prefeituras, os outros prefeitos vão ficar enciumados porque receberam menos”, explicou.
Sem nomes. Barbiere se recusou a fornecer nomes de empreiteiras e de deputados que estariam por trás do esquema de comercialização de emendas.
Segundo ele, o esquema funciona com empreiteiras, que “compram” as emendas de deputados e oferecem a prefeitos em troca de comissões.
“Os prefeitos nem têm tanta culpa porque, na vontade de conseguir verbas para suas cidades, acabam aceitando participar”, afirmou. Questionado, o deputado disse ser “muito difícil” provar a denúncia, mas prometeu que entregará ao Ministério Público informações de pelo menos um caso de corrupção envolvendo a Assembleia.
Televisão. A reportagem apurou que o caso pode ser o da contratação emergencial de uma fundação para transmitir as sessões da Assembleia. Ao ser questionado sobre o assunto, Barbiere se recusou a dar detalhes, mas disse que sempre foi contra a contratação da fundação e que foi vencido pelos colegas.