Marido. “Tenho certeza que todas as prefeitas deste País gostariam de ter um marido ministro”, afirma Nivaldo Lopes, secretário de Governo da prefeita Ena Wilma. “Isso não quer dizer que todo recurso que chega a Glória seja suspeito”, retruca.
Lopes destaca a eficiência da prefeitura, que “apresentou projetos que atendiam a todos os critérios estabelecidos por lei” e passaram por “análise técnica rigorosa”. Lembra que os projetos vêm sendo trabalhados desde 2009 em vários ministérios, e que a força de Negromonte, que é deputado federal, é anterior ao seu cargo de ministro. “Aqui é base eleitoral dele, é para cá que ele tem que trazer benefício, se não trouxesse seria criticado.”
A prefeita estava fora da cidade durante a visita da reportagem, na sexta-feira. “Ela está em trânsito”, informou o secretário.
Críticas. A oposição vê desperdício de dinheiro público em alguns projetos, como o da ciclovia. “É brincadeira, uma imoralidade. O número de carros da cidade é pequeno, nunca se ouviu falar de acidente de trânsito, há poucas bicicletas e a maioria delas é usada pelos agricultores na zona rural”, critica o deputado Rangel. “É obra de metrô?”, indaga Ricardo Vieira, dono da churrascaria Boi e Bode na Brasa, que fica perto da futura ciclovia.
“O volume de recursos não condiz (com a realidade da cidade)”, reforça o vereador de Gloria, Alex Almeida (PTN), um dos poucos opositores da prefeita na Câmara. Segundo ele, depois de assinado pela prefeitura, cópias dos convênios deveriam ser enviadas para a Câmara em 30 dias. O que não ocorreu.
Para a oposição, a forma dos Negromonte fazer política é a troca de benesses. Negromonte Júnior, segundo deputado estadual mais votado na Bahia, era desconhecido até ser nomeado, em 2009, para o cargo de assessor especial (DAS C-2) da secretaria estadual de Infraestrutura.