Henrique Filho informou, ainda, que um projeto de reforma para o matadouro foi feito e uma licitação foi aberta para contratar a empresa que vai fazer a obra. Uma licitação dura em média três meses, se todas as exigências forem atendidas.
No mercado de Cavaleiro, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, a movimentação nos boxes começa pela madrugada. Com uma microcâmera, a equipe de reportagem da TV Globo mostra que a carne que será vendida durante o dia é cortada sem nenhum cuidado com a higiene.
Um homem sem camisa arrasta a carne no chão enquanto corta os pedaços. A cena se repete várias vezes. A carne é transportada em um carrinho de mão sujo até o carro do comprador. Mas a contaminação começa antes de a carne chegar aos mercados – na hora do abate, nos matadouros.
No comércio da carne, outro absurdo: matadouros clandestinos de aves funcionam dentro de mercados públicos. Dezenas de boxes se transformaram em galinheiros. As aves são depenadas no meio do aperto e do improviso. Só em um mercado, na Região Metropolitana do Recife, dez mil aves são abatidas por dia. “A gente trabalha faz mais de 20 anos”, afirma o abatedor de aves Givanildo da Silva.
“É preciso todo mundo entender que é um problema de saúde pública. Os casos estão acontecendo e as medidas não estão sendo tomadas na tentativa de reverter esta situação que tem gravidade. A população só deve consumir tentando identificar carnes produzidas, manipuladas e congeladas em locais onde há fiscalização, onde há evidências de que estas carnes são controladas de forma adequada”, explica o médico Carlos Brito, Gastrologista e professor da Universidade Federal de Pernambuco.
Dicas
Muitos consumidores têm dúvidas na hora de comprar carne em mercados públicos. De acordo com o gerente de Vigilância Sanitária do Recife, Luiz Paulo Brandão, alguns sinais podem indicar se o alimento é ou não de origem clandestina. “Se for muito barata, desconfie. Quando a carne é vendida por um preço muito abaixo da tabela é porque ela é clandestina”, afirma.
Outra sugestão é perguntar ao comerciante se a carne é de boa qualidade. “Nessa hora, o consumidor tem todo o direito de pedir a nota fiscal ao vendedor, que comprove onde a carne foi comprada”, diz. “Também é bom prestar atenção no ambiente onde ela está armazenada, se o balcão é refrigerado e se o local é limpo”, acrescenta.
Segundo ele, até o final de dezembro deste ano, a Prefeitura, em parceria com outros órgãos de fiscalização, deve organizar os boxes de vendas de carne nos mercados públicos do Recife.
(Fonte: G1)