O deputado federal Valtenir Pereira (PMDB) criticou o ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), e defendeu a auditoria no contrato de licitação da iluminação pública no Município, no valor de R$ 712 milhões.
De acordo com o parlamentar, o processo de licitação – que culminou na escolha do Consórcio Cuiabá Luz, da Bahia – causou “estranheza”, uma vez que teria sido realizado “a toque de caixa” por Mendes.
O contrato que estabelece uma parceria público-privada (PPP) da iluminação será auditado por determinação do prefeito Emanuel Pinheiro (PMDB).
“O prefeito anterior não tinha perspectiva de seguir em frente, pois desistiu da disputa eleitoral. Mas por que não deixou que o próximo prefeito fizesse esse processo licitatório? Ele preferiu fazer ‘a toque de caixa’, deixando para assinar contrato na reta final”, afirmou, durante entrevista à Rádio Capital FM na manhã desta quarta-feira (4).
“É uma coisa que precisa ser mais bem analisada. Não precisa de pré-julgamento. Mas é muito esquisito em uma reta final [fazer essa licitação]. Em um contrato dessa magnitude e complexidade, era interessante que uma nova gestão tocasse esse processo”, completou.
Ainda de acordo com Valtenir, a avaliação de conformidade do contrato com o Consórcio Cuiabá Luz – determinado por um dos 13 decretos baixados nesta semana – é importante para demonstrar transparência do novo gestor.
“É importante que Emanuel faça um pente fino nesse contrato para conhecer os pormenores e tomar as providências que achar necessárias”, declarou o deputado, que também ressaltou a importância da auditoria no contrato que repassa os serviços de saneamento para empresa RK Partners, que é credora do Grupo Galvão, dono da CAB Cuiabá.
“Berço esplêndido”
Valtenir Pereira também defendeu o decreto baixado por Emanuel, que proibiu o Governo do Estado de fazer intervenções destinadas à melhoria da mobilidade urbana e ligadas às obras da Copa sem a autorização do Município.
“Desconsideraram a Prefeitura de Cuiabá e o prefeito da ocasião ficou dormindo em ‘berço esplendido’, deixando as coisas acontecerem, como se as obras não tivessem sido realizadas em Cuiabá”, afirmou.
Valtenir não citou nomes, mas durante a execução das obras da Copa do Mundo, a cidade foi administrada por Chico Galindo (PTB) e Mauro Mendes.
Valtenir deu o exemplo do Viaduto da UFMT, onde motoristas e pedestres enfrentam dificuldades no período de chuva, devido ao alagamento da região.
“Um projeto em que a Prefeitura foi omissa. O prefeito da época ‘dormiu em berço esplendido’ e deixou uma obra daquela magnitude ser realizada da forma que foi. Isso aconteceu, pois o prefeito da época não acompanhou e nem participou da elaboração do projeto. Deixou por conta do Estado e não deu sua cota de participação. E hoje, a população padece”, pontuou.
Além disso, Valtenir avaliou que o decreto não causa um estremecimento na relação institucional entre a Prefeitura e o Governo do Estado.
“Se a pessoa particular for fazer um poço artesiano, construir uma casa ou um empreendimento, precisa da autorização do Poder Público municipal. Por que o Estado, quando vem fazer uma intervenção, não pode dialogar com o município?”, questionou.
“Eu acho extremamente importante. É importante que o prefeito conheça o projeto de obras e intervenções na cidade, assim como a equipe técnica da Prefeitura, para acompanhar e ajudar na elaboração e execução desses projetos”, pontuou.
Fonte: Midia News