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SuperVia pede reembolso ao estado até para aluguel de carro e gasolina

A cobrança de R$ 180 milhões para operar o teleférico do Complexo do Alemão, por cinco anos, não foi a única conta apresentada pela SuperVia, empresa do grupo Odebrecht TransPort, ao governo estadual. De acordo com dados de uma planilha de custos da empresa, referente a novembro de 2011, enviada ao governo do estado e à qual o EXTRA teve acesso, a concessionária pediu, além desse valor, ressarcimento de R$ 5,7 milhões por “despesas de mão de obra e de terceiros”. Entre os itens incluídos na tabela, estão o aluguel de carros (dos quais, um Astra e uma picape 4×4) e despesas com gasolina para abastecer seis automóveis.

Em dezembro do mesmo ano, o item “mão de obra e terceiros” custou outros R$ 3,1 milhões para os cofres públicos. O reembolso à empresa era previsto em contrato assinado pela SuperVia e pelo estado. Nos dois meses, a despesa em gasolina chegou a R$ 14 mil. Só em novembro, a cobrança foi de R$ 7 mil pelo abastecimento de quatro carros: uma Saveiro, uma Kombi, um Gol e um Astra.

Levando-se em conta o preço médio da gasolina nos dois últimos meses de 2011, de R$ 2,80, foram comprados 2.500 litros de combustível. Como cada um dos quatro veículos roda pelo menos nove quilômetros com um litro, a gasolina comprada seria suficiente, por exemplo, para percorrer 5.625km: o equivalente a seis viagens de ida e volta a São Paulo em cada um dos carros, ou a uma viagem de ida e volta a Buenos Aires, na Argentina.

Ao todo, as duas planilhas de 2011 somam, em cobranças pelo aluguel de seis veículos, a quantia de R$ 52,5 mil. A maior despesa deste tipo foi com a locação de um caminhão Munk, que custou, por mês, R$ 13.452,00. Em seguida, aparece uma picape com custo mensal de R$ 4,5 mil. Em terceiro, aparace o aluguel de uma Kombi, no valor de R$ 2.500. Já o Astra custou R$ 2.200 por mês.

Em três anos, R$ 10 mil só de reajuste

Planilhas de custos da mão obra do teleférico revelam que a concessionária reajustou o salário do diretor do serviço, Luiz de Souza, em mais de R$ 10 mil num período de três anos. Em dezembro de 2011, o trabalho do executivo custou aos cofres públicos R$ 48.517,48. Já na planilha de dezembro de 2014, a empresa apresentou uma conta de R$ 58.774,28 pelo mesmo serviço.

As duas planilhas de cobranças foram encaminhadas ao estado por meio de ofícios assinados pelo próprio Luiz Souza. Outros cargos também aparecem com salários reajustados nos dois períodos. O custo de uma copeira consta, na primeira planilha, como de R$ 3.665,99. Já em 2014, pula para R$ 4.440,99. Um bilheteiro tinha mão de obra cobrada do estado de R$ 3.082,32 em 2011. Já em 2014, o valor passou para R$ 3.733,93.

Também houve acréscimo pelo custo de um motorista. O primeiro valor cobrado foi de R$ 4.469,64. Já em 2014, o estado pagou pela mesma função R$ 5.863,00.

Apesar dos valores muito acima do praticado no mercado para suas funções, bilheteiros, motoristas e uma copeira cujos nomes estão nas planilhas de custo do teleférico afirmaram ao EXTRA que nunca receberam aqueles salários.

Serviço milionário

Procurada pelo EXTRA, a SuperVia não se manifestou sobre o assunto. Já a Secretaria estadual de Transportes (Setrans) disse que todos os valores estavam previstos na planilha do contrato. Os técnicos da Central Logística, subordinada à secretaria, ainda vão apresentar à pasta a metodologia aplicada na análise das medições.

Como o EXTRA vem mostrando em uma série de reportagens, a SuperVia também cobrou do estado taxa de administração de 10% do valor do contrato, assinado sem licitação. Já a título de ressarcimento de mão de obra foram cobrados cerca de R$ 63 milhões no período de cinco anos em que a SuperVia operou o serviço.

Do total cobrado pela concessionária, o governo do estado afirma que ainda deve para a empresa pela operação do teleférico cerca de R$ 14,5 milhões.

Em novembro do ano passado, o governo estadual fez licitação para exploração do teleférico do Alemão. O consórcio Rio Teleféricos venceu a disputa e no dia 8 de março, substituindo a SuperVia. O teleférico do Alemão tem 3,5 quilômetros de extensão e um total de seis estações. Foi inaugurado em julho de 2011 e conta com 152 gôndolas. Segundo a Setrans, já transportou desde a inauguração mais de 13 milhões de passageiros.

Entre julho e dezembro de 2011, os cofres estaduais ganharam fôlego extra para ajudar a custear as despesas do teleférico. A Prefeitura do Rio assinou convênio com a Setrans e repassou ao estado a quantia de R$ 9,5 milhões. Desse total, o estado utilizou pouco mais de R$ 8,8 milhões para as despesas, devolvendo aos cofres municipais R$ 611.680,04. A Prefeitura do Rio confirmou o repasse feito para a Setrans.

(Fonte: Extra)

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