“O fato de não ter estádio, não ter um lugar fixo, pesa. Já jogamos em São Januário, Volta Redonda, é difícil o torcedor se acostumar”, disse à Folha o presidente do Fluminense, Peter Siemsen. “O torcedor cria uma rotina. Nós não temos uma rotina.”
Administrado pelo Botafogo, o Engenhão tornou-se a casa do futebol do Rio após o fechamento do Maracanã. Com tantas partidas, a arena tornou-se uma das mais utilizadas no Brasileiro, prejudicando o gramado e arrancando críticas dos clubes.
O Botafogo então endureceu o uso da arena aos rivais Fluminense e Flamengo.
O Fluminense, por exemplo, tentou jogar contra a Ponte Preta, mas recebeu um não. No ofício que confirma a mudança do jogo de Volta Redonda para São Januário, o motivo vem sob o timbre da CBF: “melhor expectativa de público e renda”.
“Queremos jogar no Engenhão, mas eles [Botafogo] querem proteger o gramado, eu entendo. É complicado, nas rodadas finais do Brasileiro, o Fluminense não poder atuar lá”, disse Peter.
A previsão de entrega do Maracanã é em fevereiro de 2013. O governo do Rio lançará edital para a privatização de administração do estádio: Flamengo e Fluminense já manifestaram interesse.
“Vamos aguardar para saber como será essa licitação”, disse o cartola do Fluminense.
Os paulistas, apesar da liderança corintiana no ranking de público, também têm sofrido com o descaso dos seus torcedores. Dos quatro clubes que menos atraem torcida em seus jogos em casa, três são paulistas: Santos, que tem feito promoções para atrair seus sócios, Ponte Preta e Portuguesa, cuja média de público no Canindé é de apenas 4.000.
(Fonte: Folha SP)