De acordo com o relatório “Conjuntura dos Recursos Hídricos”, divulgado em 2011 pela ANA, o Brasil coleta 56,6% do esgoto doméstico urbano. Entretanto, apenas 34% deste volume passa por tratamento. Além deste problema, não existe ainda uma rede integrada de monitoramento da qualidade das águas.
Segundo a ANA, em nove estados ainda não existem quaisquer pontos de medição de possíveis alterações. Além dos sete estados da região Norte, Santa Catarina e Maranhão não verificam os dados. De acordo com Maria Cristina Sá Brito, especialista em recursos hídricos da agência, o governo prevê para 2015 uma integração de dados sobre a qualidade da água que vai possibilitar a verificação de 4.400 pontos de coleta instalados em rios, nascentes e reservatórios .
“O projeto foi desenhado em 2008, mas devido ao atraso no processo de licitação, a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade das Águas só começou a ser planejada em 2010. Com ela, haveria informações trimestrais e semestrais dos cursos d’água brasileiros, contribuindo para a preservação dos mananciais”, disse Maria.
Águas subterrâneas
Outro motivo de preocupação são as águas subterrâneas, que começaram a ser analisadas devido ao risco de contaminação por esgoto não tratado e resíduos industriais. Em 2011, o governo liberou R$ 15 milhões para que investigações e testes fossem feitos em bacias como a rio Amazonas, no Norte, e São Francisco, no Nordeste.
Segundo a ANA, a expansão das cidades, com mais indústrias e bairros, muitas vezes sem infraestrutura de saneamento básico, pode já ter causado a contaminação do solo de reservatórios naturais, mesmo aqueles localizados a uma profundidade que varia de 80 metros a 1.000 metros de profundidade.
(Fonte: Globo)