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Quem não queria a ‘CPI do PT’

Dizem os cínicos que o máximo que se pode esperar dos políticos é que os seus interesses coincidam com a vontade geral da sociedade. Se assim é, está-se diante de um desses raros casos.

Dizem os cínicos que o máximo que se pode esperar dos políticos é que os seus interesses coincidam com a vontade geral da sociedade. Se assim é, está-se diante de um desses raros casos. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as ligações do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados nasceu da conjunção dos interesses contraditórios do PT, do DEM e do PSDB. O primeiro queria se desforrar do seu mais respeitado detrator no Congresso, o senador por Goiás Demóstenes Torres (DEM), ao se descobrir que o implacável Catão estava atolado até o pescoço em negócios com o chefe da batotagem no seu Estado. Também queria – acicatado pelo ex-presidente Lula – vingar-se do governador goiano Marconi Perillo, por ter o tucano tornado público que o alertara para a compra de votos de deputados em favor do governo antes que o escândalo eclodisse, com o rótulo de “mensalão”. E queria a investigação, por fim, para ter algo com que ofuscar o julgamento dos delitos dos seus principais companheiros, previsto para os próximos meses deste ano eleitoral.

Para o DEM, por sua vez, era uma questão de sobrevivência ir a fundo na apuração das malfeitorias do senador, que se desligou da legenda para não ser expulso, e uma demonstração de coerência com a sua conduta diante de outros correligionários flagrados em lambanças. Além disso, achou uma bela oportunidade para levar ao pelourinho outro suspeito de relações espúrias com Cachoeira, o governador petista do Distrito Federal (DF), Agnelo Queiroz. Já o que abriu o apetite do PSDB pelo inquérito foi a chance de atingir o governo federal pela interposta pessoa jurídica da empreiteira Delta, detentora de R$ 3,6 bilhões – muito mais do que qualquer outra do ramo – em contratos de obras do PAC, a menina dos olhos de Lula e da gestora do programa, a ministra Dilma Rousseff, que ele guindou à sua cadeira. A Delta, uma empresa tentacular com serviços em 23 Estados e no DF, tinha uma alentada folha corrida no Tribunal de Contas da União (TCU) e na Controladoria-Geral da União (CGU) antes que as gravações da Polícia Federal descortinassem a sua rentável proximidade com o chamado sistema Cachoeira.

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