Notícias

Promotor investiga tucano por doação à Máfia do Asfalto

organização criminosa que teria fraudado licitações de R$ 1 bilhão com emendas parlamentares em 78 municípios.

O Ministério Público Estadual abriu dois inquéritos civis para investigar o deputado Carlão Pignatari (PSDB) e o prefeito de Votuporanga (SP), Júnior Marão (PSDB), por suposto ato de improbidade administrativa em um processo de desapropriação de área pública que foi doada para a empreiteira Demop Participações. A empresa é apontada como carro-chefe da Máfia do Asfalto, organização criminosa que teria fraudado licitações de R$ 1 bilhão com emendas parlamentares em 78 municípios.

 

Segundo a investigação, em 31 de outubro de 2008, a gestão Pignatari na Prefeitura de Votuporanga comprou por de R$ 500 mil imóvel da empresa Comercial Agrícola Converd e Prestação de Serviços, às margens da Rodovia Péricles Belini. A operação foi realizada por meio de desapropriação. Em 16 de julho de 2009, a administração de Marão, sucessor e aliado de Pignatari, entregou a área, por doação, à Demop, que no local instalou sua sede.

 

A transação reforça suspeita de elo entre o deputado e o empresário Olívio Scamatti, controlador da Demop – que está preso desde abril, quando a Polícia Federal, a Procuradoria da República e promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) deflagraram a Operação Fratelli – força-tarefa que desmontou esquema de propinas envolvendo empresários e prefeitos. Interceptações telefônicas mostram ligações dos investigados com deputados federais e estaduais.

 

A suspeita é que Carlão seria o verdadeiro proprietário da Demop. Ele nega, mas reconhece antigos laços de amizade com Scamatti. A Demop era uma empresa pequena quando Carlão se elegeu prefeito pela primeira vez, há 12 anos. Seu capital social saltou de R$ 100 mil, em 1999, quando foi fundada, para R$ 10 milhões em fevereiro de 2009. O tucano foi prefeito entre 2001 e 2008.

 

O promotor Cleber Takashi Murakawa abriu dois inquéritos civis – investigação que pode resultar em ação com amparo na Lei de Improbidade. Um inquérito tem a gestão Carlão Pignatari como alvo. O promotor deu prazo de 30 dias para o município enviar ao Ministério Público cópia integral do eventual processo de licitação da doação da área.

 

O outro inquérito mira a gestão “do investigado Nasser Marão Filho (Júnior Marão)”. O promotor quer a lista dos imóveis doados a partir de 2009.

 

Outro lado

 

A assessoria de imprensa do deputado Carlão Pignatari (PSDB) afirmou que ele não recebeu nenhuma notificação e, portanto, não tinha conhecimento do assunto. A Prefeitura de Votuporanga afirmou, em nota, não haver “nenhuma irregularidade com a doação da área às margens da Rodovia Péricles Belini para a instalação da empresa Demop Participações em 2008”. “Este processo cumpriu todos os procedimentos legais, inclusive atendendo às exigências da Lei 8.666, de 1993, que institui normas para licitações.”

 

Por: FAUSTO MACEDO E FERNANDO GALLO
(Fonte:
O Estado de S. Paulo)

 

Related posts
Notícias

Dispensa e inexigibilidade de licitação para registro de preços

Sistema de registro de preços é o conjunto de procedimentos para realização, mediante…
Read more
ArtigosNotícias

Contrato por escopo e o instrumento adequado para a sua prorrogação

A nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/22) trouxe expressamente a figura do contrato por escopo…
Read more
Notícias

Agenda Celic tem 29 licitações previstas entre 13 e 17 de maio

Período traz certames requisitados por diversos órgãos do governo estadual A licitação para…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *