Improbidade. Nesta terça-feira, 13, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que poderão ser investigadas as suspeitas e que o episódio, por se tratar de suposto caso de improbidade, não é protegido pelo foro privilegiado. “Eu vi apenas a notícia divulgada na imprensa, mas isso vai se somar a toda aquela série de procedimentos que já se encontram no Ministério Público”, afirmou.
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, cobrou explicações. “A reação da presidente tem sido o mesmo: que preste esclarecimentos.”
Desempregada e em dificuldades, Dora, ainda segundo a assessoria, distribuiu seu currículo em várias empresas terceirizadas e foi contratada pela Visão quando surgiu a oportunidade. O dono da empresa, José Raimundo Oliveira Silva, negou ter sofrido pressão para contratá-la.
“Não houve interferência direta ou indireta do ministro”, garantiu. Especializada em selecionar mão de obra terceirizada, a Visão tem contrato com o Ministério do Turismo desde 2009, quando Novais não era ministro. Pelo contrato, obtido em licitação por pregão presencial, a empresa fornece mais de 40 empregados ao Ministério, entre recepcionistas, garçons e contínuos. O contrato é hoje o maior da empresa, que também fornece pessoal para a Procuradoria Regional da República, a Fundação Nacional da Saúde (Funasa) e a Fundação Nacional da Arte (Funarte).
A ficha funcional de Doralice mostra que ela cumpre jornada de seis horas corridas – das 7h30 às 13h30 – por um salário de R$ 956 mensais. O encarregado geral da empresa, Jean Pierre Vieira Mendes, assegura que ela é funcionária exemplar e até agora não faltou um dia ao serviço. Na terça, porém, ela pediu dispensa alegando ter ficado abalada com a denúncia. Ela negou que tenha recebido dinheiro público para trabalhar como doméstica do deputado.
Por: Vannildo Mendes
(FOnte: O Estado de S.Paulo)