“A única coisa que digo é que a imprensa tem dito isso [retaliação]. Nos mais diversos órgãos de imprensa o que se vê é que haveria toda uma série de manobras, de retaliação em razão da atuação do procurador-geral É uma das possibilidades”, afirmou.
Segundo o procurador-geral, o Ministério Público “está absolutamente certo da absoluta legalidade do procedimento que adotou e aguarda a auditoria do tribunal de contas”.
APROVAÇÃO
A votação do pedido de investigação foi simbólica, com o plenário esvaziado. Collor pediu para o senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, colocar o requerimento em votação. O petista acatou o pedido e, em menos de um minuto, o requerimento foi aprovado.
Em discurso, Collor classificou a licitação de “absolutamente irresponsável”.
“Imagine o que o Ministério Público faria se o fato tivesse ocorrido no âmbito do Executivo, do Legislativo ou de uma prefeitura?”, questionou.
O senador defende publicamente o impeachment do procurador-geral por considerar que ele atuou com “inércia” na Operação Vegas, que investigou em 2009 o grupo do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira e flagrou conversas do ex-senador Demóstenes Torres.
O senador já entrou com representação contra Gurgel no CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público).
Nos bastidores, Collor tem o apoio de parte dos parlamentares do PT e do PMDB –que não admitem publicamente o movimento contra o procurador.
Parte dos petistas quer retaliar Gurgel pelas acusações do mensalão, enquanto os peemedebistas criticam o fato de ele ter oferecido denúncia contra Renan Calheiros (PMDB-AL) ao STF (Supremo Tribunal Federal) às vésperas da eleição que o escolheu como presidente do Senado.
Por: Marcio Falcão
(Fonte: Folha SP)