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Petrobras perderá R$ 505 mi com refinaria, afirma TCU

Pela norma seguida pela Petrobras na aquisição de equipamentos de grande porte, a estatal paga o preço em vigor no momento da entrega –mesmo que tenha subido em relação ao da licitação.

Análise das obras de construção da Refinaria Abreu e Lima (PE), da Petrobras, revelou que a estatal terá prejuízo de pelo menos R$ 505 milhões com os quatro principais contratos do projeto, que somam R$ 10,8 bilhões.

 

A conclusão é do TCU (Tribunal de Contas da União).

 

Entre os problemas nos contratos estão custos de mão de obra, material e despesas administrativas acima das referências do governo.

 

Nos últimos dois anos, o TCU tentou sem sucesso bloquear os pagamentos do governo para as obras devido à suspeita de sobrepreço.

 

Nos quatro contratos com empreiteiras, entre 48% e 78% dos pagamentos já foram efetuados.

 

O tribunal entendeu que, devido ao adiantado estágio da obra, não há motivo para manter o pedido de bloqueio de verbas. A estratégia agora, de acordo com o relator do processo, ministro Benjamin Zymler, será abrir ações de cobrança para recuperar o que teria sido pago a mais.

 

A Petrobras ainda pode recorrer. A empresa foi procurada pela reportagem e informou que não vai comentar.

 

Os primeiros indícios de prejuízo nos contratos da Abreu e Lima apareceram em 2008. Em 2010, o TCU apontou que os contratos tinham sobrepreço de R$ 1,3 bilhão (14% do total).

 

A estatal pediu revisão do cálculo. Após dois anos de análise, a nova auditoria do TCU, aprovada pelos ministros na quarta passada, já considera os últimos argumentos da Petrobras.

 

Com o recurso, a estatal conseguiu reduzir o sobrepreço em parte dos itens. Mas o valor total do prejuízo ainda vai subir e pode chegar a R$ 1,1 bilhão. Isso porque, num item específico do contrato, que trata da remuneração pelo risco, o TCU já disse entender que há sobrepreço, mas ainda fará nova análise para estimar o valor exato.

 

RISCO

Pela norma seguida pela Petrobras na aquisição de equipamentos de grande porte, a estatal paga o preço em vigor no momento da entrega –mesmo que tenha subido em relação ao da licitação.

Com isso, no entendimento inicial do TCU, não haveria risco para a contratada e não seria necessário aplicar uma taxa de risco de 20% sobre cada item, como previsto. Essa despesa soma cerca de R$ 600 milhões.

O TCU depois reviu seu entendimento –com base nos argumentos da empresa e numa análise do modelo de referência internacional– e passou a aceitar que as contratadas têm um pequeno risco na operação.

O TCU pretende recalcular, junto com a Petrobras, um novo patamar para remunerar esse risco específico. A partir de então, será definido o valor final do sobrepreço.

 

Por: DIMMI AMORA

(Fonte: Folha de SP)

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