As organizações também pedem que a licitação só seja feita depois que o Ministério do Meio Ambiente apresentar um plano de contingência de grandes desastres durante a extração de petróleo e depois que o documento for aprovado pelo Congresso Nacional, para que se torne lei. De acordo com o ministério, o plano de contingência está sob análise no Ministério de Minas e Energia.
Outra preocupação das entidades é com o comprometimento de empresas estrangeiras com as questões trabalhistas no Brasil. Segundo levantamento do Ibase, das 64 empresas habilitadas para participar do leilão, 17 são brasileiras. Na avaliação de Carlos Bittencourt, as multinacionais têm precarizado a relação de trabalho e colocado em risco a vida de petroleiros.
“Quanto mais o ritmo da produção de petróleo acelera, mais acidentes, mortes acontecem, e também mais impactos ambientais”, disse. “O problema adicional é, que, como os blocos têm sido leiloados para empresas estrangeiras e o nível de terceirização tem sido maior, os trabalhadores estão submetidos a padrões inferiores ao da Petrobras”, completou.
Como exemplo, Bittencourt citou a escala de trabalho. Na a estatal, são 14 dias de trabalho nas plataformas marítimas e 21 dias de folga no continente. Nas estrangeiras, são 14 dias na plataforma e uma semana a menos de folga em terra. “Isso tem implicações de saúde, não é uma jornada comum, é uma situação de prontidão de 12 horas ou 14 horas por dia”.
Participaram também do evento a Federação Única dos Petroleiros, o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, além do Greenpeace e do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc).
(Fonte: Jornal do Brasil)