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Obra que custou R$ 1,2 milhão está abandonada em Porto Calvo, AL

Já o autônomo Hélio Gomes explica que o trecho onde deveria existir uma ponte estruturada é local de passagem de muita gente que mora nas imediações. “Essa ponte é importante porque esse caminho é um atalho. Quem mora nesta parte da cidade sempre faz uso dele para chegar até a rodovia porque é mais rápido. Se não for por aqui, é necessário atravessar pela rua principal, e assim, o tempo do percurso aumenta muito”, relata Gomes, ao dizer que acredita que um dia a obra será concluída.

 

Enquanto a reportagem do G1 esteve no local, o tráfego de pessoas e até veículos de pequenos porte – motos e bicicletas – era constante. Famílias inteiras fazem uso da ponte improvisada que fica ao lado dos escombros da ponte que desabou dias antes da inauguração. Entre elas, a família da dona de casa Maria Conceição, que atravessa todo o dia a ponte de madeira com carrinho de mão para buscar água em uma bica que fica ao lado da rodovia.

“Faço esse caminho todos os dias. Não só eu. Mas todo mundo que mora por aqui e precisa busca água do outro lado. Ficamos felizes quando essa obra começou porque ela iria facilitar muito a vida da gente. Infelizmente ela caiu e voltamos a fazer uso da pontinha de madeira”, falou Maria.

 

Problema

De responsabilidade do Departamento de Estradas e Rodagens de Alagoas (DER), a obra do Patia consistia na construção de uma ponte e de uma via que faria a ligação da cidade a rodovia estadual. A ampliação de acesso à Porto Calvo é necessária porque a cidade só possui uma via, o que resulta em transtornos para a população já que em dias de feira e de grande movimento a avenida principal costuma ficar com o trânsito congestionado.

 

Segundo os gestores do DER que executaram a obra no ano de 2006, o projeto orçado em R$ 1,2 milhão estava dividido em duas etapas. Na primeira, ao valor de R$ 400 seria construída em concreto pré-moldado a ponte sobre o riacho Patia. Na segunda, ao valor R$ 800 mil a obra seria concluída com a realização da terraplanagem da área e a implantação de malha asfáltica.

 

Porém, dias após ser erguida, e preste a ser inaugurada, a ponte cedeu e desabou. Na ocasião, as duas construtoras que participavam da obra – uma era responsável pela montagem da ponte, a outra pela construção da pista – trocaram acusações sobre o problema estrutural que levou a ponte ao chão.

 

Diante do impasse o DER abriu um procedimento administrativo para apurar o caso e responsabilizar uma das construtoras pelo prejuízo. O procedimento já dura seis anos e até o momento o valor investido na obra não foi devolvido aos cofres públicos.

 

DER

De acordo com as informações repassadas pela assessoria de comunicação da atual gestão do DER, que atribui o problema a gestão anterior, técnicos do órgão vem trabalhando para agilizar este processo administrativo.

 

Segundo os gestores do DER, as empresas responsáveis pela execução da obra foram convocadas para prestar esclarecimentos sobre o caso, mas não compareceram. Assim, ao final do processo administrativo um outroprocesso, desta vez, jurídico, deve ser aberto para tentar reaver os valores aos cofres públicos. Até lá, a assessoria informou que nada poderá ser feito na obra até que os processos administrativo e jurídico sejam finalizados.

 

Licitação

Ao falar com a reportagem do G1 o secretário municipal de Infraestrutura de Porto Calvo, Alexandre Scala, disse que o problema da ponte do Patia é uma das prioridades da nova gestão, já que, segundo ele, a obra é parte de um projeto maior que será desenvolvido no município que possui pouco mais de 24 mil habitantes.

 

“Aquela estrutura que está lá é um problema do governo estadual. Paralelo a isso, a gestão municipal já assegurou junto ao Ministério da Integração Nacional recursos na ordem de R$ 1,2 milhão para fazer uma outra ponte”, expôs Sacala ao afirmar que projeto, que conta com sondagem geotécnica para evitar o problema que aconteceu na ponte que desabou, já está pronto.

 

Além disso, o secretário municipal de Infraestrutura relatou que a nova obra já está até licitada. “A única coisa que aguardamos é apenas tirar o nome do município da relação de pendências do Cauc para liberar o dinheiro e começar as obras. Aquele serviço é prioritário porque, com ele, vamos dar continuidade ao ordenamento do trânsito da cidade, que contará futuramente com um anel viário”, disse Scala ao estimar que até o segundo semestre deste ano o projeto de reconstrução da ponte será iniciado.

 

(FOnte: G1)

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