Notícias

O que resta dos mananciais

 

Até 2016, se os contratos forem executados à risca, 46 mil famílias devem deixar suas habitações precárias construídas em áreas de mananciais e de preservação permanente. Destas, 13 mil só se afastarão da região por um tempo, enquanto aguardam a construção de conjuntos habitacionais na mesma região. Nesse período, receberão bolsa-aluguel no valor de R$ 300,00. Os que vivem dentro de uma faixa de 50 metros até os mananciais serão os primeiros a serem removidos, porque suas habitações são as que mais danos causam aos reservatórios.

 

No espaço hoje ocupado por essas construções serão criados parques lineares, o que favorecerá o turismo ecológico na região. Um projeto-piloto, realizado na comunidade Cantinho do Céu, no extremo sul da cidade, já mostrou resultados positivos para a Represa Billings. Onde antes moravam 1,7 mil famílias, um parque linear de 7,5 quilômetros está sendo construído – 2,5 mil quilômetros já foram concluídos – e troncos coletores de esgoto, além de uma estação elevatória, estão em operação, protegendo a água do manancial que, naquele ponto, já se mostra transparente e sem odor.

 

Espera-se que as obras a serem logo iniciadas sejam suficientes para melhorar a situação nas duas represas. A ocupação ilegal de terrenos na periferia foi tolerada durante décadas. Em vez de adotar políticas habitacionais para atender populações carentes, o poder público preferiu fechar os olhos à invasão das margens dos mananciais. A ocupação irregular dessas áreas se multiplicaram, degradando o meio ambiente e comprometendo o abastecimento de grande parte da região metropolitana.

 

A falta de recursos sempre foi a desculpa para a Prefeitura, o Estado e a União não fazerem o que deviam. Agora, eles finalmente decidiram se entender e, da verba a ser empregada na última fase do Programa Mananciais, 70% são do governo municipal; 19%, do estadual; e 11%, do federal. O prefeito Gilberto Kassab está investindo 60% de todo o superávit acumulado no seu último mandato, o que significa um volume três vezes superior ao orçamento anual da Secretaria da Habitação.

 

Foi a rápida degradação das áreas de proteção dos mananciais que forçou os governos a agir. Daí o esforço para concluir o Programa Mananciais e salvar o que ainda é possível das margens da Billings e da Guarapiranga e reduzir a contaminação de suas águas. Além de reurbanizar favelas, esse plano, para ser bem-sucedido, deve também contemplar a vigilância permanente contra novas invasões. Do contrário, as melhorias que trará servirão de estímulo para novas ocupações.

 

(Fonte: Estadão)

Related posts
Notícias

Especialista explica porque mudança no edital de licitação da BR-381 vai atrair interessados

Professor da Fundação Dom Cabral fala da retirada do lote 8 e do novo atrativo para as empresas…
Read more
Notícias

Prevista para ser concluída em 2018, obra do Centro de Inovação de Brusque tem novo edital de licitação publicado

Obra chegou a ser considerada 98% concluída A retomada da obra de construção do Centro de…
Read more
Notícias

Pernambuco lança licitação para construção de 51 novas creches e pré-escolas

Confira quais municípios serão contemplados O Governo de Pernambuco abriu licitação para…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *