Empresas foram contratadas para manutenção de estradas rurais e, segundo o Gaeco, propina para ex-governador e outros agentes públicos era de 8%.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) considera que o ex-governador do estado Beto Richa (PSDB) e atual candidato ao Senado é chefe de uma organização criminosa que fraudou uma licitação de mais de R$ 70 milhões para manutenção de estradas rurais, em 2011.
De acordo com a Justiça, o esquema criminoso funcionava a partir do aluguel de máquinas da iniciativa privada. A ideia, conforme despacho do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, era fraudar a licitação para que as empresas envolvidas ganhassem o contrato superfaturado.
Os promotores afirmam que o acordo com empresários beneficiados pela licitação previa o pagamento de 8% a agentes públicos, a título de propina, sobre o faturamento bruto.
As informações estão na decisão de Fischer, que autorizou a Operação Rádio Patrulha, deflagrada nesta terça-feira (11) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Curitiba, no Paraná.
Ainda segundo as investigações, o delator Tony Garcia era quem recebia a propina e repassava o dinheiro a Richa, “que contava com o apoio de Pepe Richa, Luiz Abi, Ezequias Moreira e Deonilson Roldo para organizar o esquema criminoso e auxiliar na arrecadação dos valores ilícitos”.
O MP-PR também apurou que Richa fez a lavagem de valores ilícitos com apoio da mulher Fernanda Richa e do contador da família, Dirceu Pupo Ferreira.
Menção à propina
Entre as provas apresentadas pelo MP-PR, há um áudio de uma suposta conversa, de novembro de 2013, entre o delator Tony Garcia e o então governador Beto Richa. Para os promotores, a conversa faz menção ao atraso da propina que deveria ter sido paga por Celso Frare, empresário da Ouro Verde, uma das empresas beneficiadas pela licitação supostamente fraudada.
(Fongte: Gospel Geral)