Se esse valor fosse acrescido ao total da reforma, o custo final do Maracanã poderia superar os 50% de elevação de preços permitidos pela Lei de Licitação.
O valor final das obras do Maracanã, ou pelo menos até agora, aumentou 48,8% em relação a seu orçamento inicial, de R$ 705 milhões. O estádio custou R$ 1,188 bilhão. Segundo documentos aos quais O GLOBO teve acesso, o preço da reforma subiu por causa da falta de projetos executivos que detalhassem as reais condições das estruturas do gigante, construído em 1950.
Com a descoberta do comprometimento das estruturas da cobertura e das arquibancadas, que seriam aproveitadas no projeto original, foi excluída em alguns dos dez aditivos a obrigatoriedade do consórcio de realizar intervenções que constavam do edital.
Porém, essas obrigatoriedades tiveram de ser cumpridas, e, para isso, foi feito um contrato à parte para que a Odebrecht executasse a nova obra. Um exemplo foi o das catracas eletrônicas de bilhetagem. Seu custo, inicialmente, fazia parte do edital. Mas foi incluído no contrato da obra intramuros, que saiu por R$ 17 milhões.
Se esse valor fosse acrescido ao total da reforma, o custo final do Maracanã poderia superar os 50% de elevação de preços permitidos pela Lei de Licitação.
Descontados esses R$ 17 milhões, os reajustes contratuais da obra principal e valores de projetos executivos, o custo bruto da reforma do estádio está em R$ 1,049 bilhão — portanto, 48,8% acima do previsto. A lei considera que reformas podem custar mais, pois estão sujeitas a imprevistos, como o governo do estado alega ser o caso do Maracanã.