Vereadores de Brusque votam requerimento que formaliza denúncia sobre suposta manipulação em licitações.
Se aprovado, o documento será encaminhado para a promotoria pública e para o Tribunal de Contas do Estado
Tudo indica que a sessão da Câmara de Vereadores de Brusque será marcada por um novo confronto entre governo e oposição nesta terça-feira à noite. Os parlamentares devem votar um requerimento de autoria do líder da oposição, Dejair Machado (PSD), que formaliza a denúncia lançada há duas semanas sobre a existência de uma suposta manipulação em licitações para favorecer determinadas empresas na prefeitura da cidade. O documento, se aprovado, será encaminhado para a promotoria pública e para o Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O clima tenso vem sendo recorrente nas duas últimas semanas. Na sessão de 6 de março, Machado apresentou na tribuna a denúncia sobre o que chama de “esquema nas licitações” na prefeitura de Brusque. Ao levantar o assunto, apresentou cópias de trocas de e-mails, datados de outubro de 2010, entre Cedenir Alberto Simon — tido como braço direito do governo Paulo Eccel (PT) por sua habilidade em articular as ações políticas da atual administração — e o gerente da empresa Iguatemi Consultoria e Serviços de Engenharia Ltda, Mário Luiz Zimmermann, de Florianópolis, interessada em efetuar o serviço de geoprocessamento no município, a ser usado no cadastro imobiliário. Na época dos fatos Simon ocupava o cargo de secretário de Comunicação. Hoje, é secretário de Governo e Gestão Estratégica.
— Pelos e-mails, fica demonstrado que dentro da prefeitura há pessoas que fazem a intermediação. Há um esquema para favorecer licitações — alega Dejair Machado, que é cunhado do ex-prefeito Ciro Roza, pré-candidato à prefeitura.
Machado garante que os e-mails dos quais teve acesso por meio de uma ex-funcionária da prefeitura, descontente com alguns encaminhamentos tomados pela administração, são verídicos. E ele fez a denúncia dizendo-se amparado pela Constituição Federal e pela Lei Orgânica que dá ao vereador o direito de fiscalizar e denunciar problemas que chegam.