Angra 3 deverá entrar em funcionamento até 2018 na previsão da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear)
O governo federal tem até o início do funcionamento da Usina Nuclear Angra 3, no litoral fluminense, para decidir onde será localizado o depósito definitivo dos rejeitos deste tipo de instalação industrial (como luvas, macacão e filtros) e de outros equipamentos com tecnologia nuclear, como reatores e máquinas usadas em exames clínicos.
Angra 3 deverá entrar em funcionamento até 2018 na previsão da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear),
Segundo o coordenador do CRCN-CO (Centro Regional de Ciências Nucleares do Centro-Oeste), ligado à Cnen, Leonardo Bastos Lage, o local será escolhido por meio de licitação pública, e os municípios interessados poderão se candidatar para receber as medidas compensatórias que serão ofertadas em edital.
O prazo para construção do depósito definitivo, revestido com aço e concreto, foi estabelecido em março de 2009 pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no licenciamento para a construção de Angra 3.
Lage é categórico ao dizer que “não há decisão tomada”; que ainda “não é hora de discutir” e que “não há pressa” para a decisão. O local definitivo deve ser definido entre municípios dos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais, mais próximos das usinas de Angra dos Reis. A informação esvazia a preocupação de políticos de Goiás e de movimentos sociais, que temem que os rejeitos das usinas sejam depositados na cidade de Abadia de Goiás, a 24 quilômetros de Goiânia, onde está o material contaminado com o acidente do césio 137, ocorrido em 1987.
Protesto contra depósito
No último fim de semana, houve manifestação em Abadia de Goiás, organizada pela prefeitura, e a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados prometeu convocar uma audiência pública, após o recesso legislativo, sobre a suposta destinação dos rejeitos de Angra 3 para Goiás.
O engenheiro ambiental Daniel Regis Ribeiro, que trabalha no Projeto Rondon em Goiás, onde coordena a mobilização social, teme que o Estado fique “estigmatizado” e não vê sentido em transportar o material do litoral até o interior do país.