Pelo contrato, os PMs recebem cartões para pagamento do combustível em postos credenciados.
PREÇOS
O negócio prevê, a cada período de 15 meses, o consumo aproximado de 23,7 milhões de litros de gasolina e 31,2 milhões de litros de etanol.
Na representação à Promotoria, a Abcom, com base em dados da ANP, afirma que a PM paga nos postos um preço médio de R$ 2,64 pelo litro da gasolina, mas poderia pagar R$ 2,17 às distribuidoras.
No caso do álcool, o valor é de R$ 1,89 pelo litro nos postos, ante R$ 1,66 nas distribuidoras. A diferença nos dois casos resulta em quase R$ 19 milhões a mais, diz o diretor da Abcom, Daniel José Zioti.
Ele afirma que, como a licitação da PM foi para contratação de serviço de gerenciamento da frota, as distribuidoras ficaram de fora.
Sobre o fato de a representação ao Ministério Público ter sido feita apenas agora, o advogado da associação, Nevanir de Souza Junior, disse que a Abcom levou cerca de seis meses só para conseguir com a PM cópias do contrato firmado com a Trivale.
OUTRO LADO
A Polícia Militar nega irregularidades na licitação. No caso da Trivale, a reportagem não conseguiu ouvir representantes da empresa ontem.
Em nota, a PM disse que a licitação obedeceu a todas as formalidades e foi considerada regular pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado).
Diz ainda que a Abcom já havia, em fevereiro de 2010, entrado com mandado de segurança contra o resultado da licitação, mas que a liminar judicial foi cassada.
Segundo a PM, o objeto da licitação não foi a compra de combustível, mas a prestação do serviço de gerenciamento de abastecimento da frota. O novo modelo trouxe benefícios, diz, como redução de despesas administrativas.
O órgão afirma que recebeu o pedido de esclarecimento feito pela Promotoria e que está preparando a resposta.
Por: LEANDRO MARTINS
(Fonte: FOLHA DE SÃO PAULO)