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Kassab ainda tem R$ 8,7 bi em caixa

Mesmo com dinheiro em caixa, os principais projetos de Kassab não devem sair do papel, pelo menos em sua gestão. E a lista não é pequena. Inclui pacotes de obras antienchente, a construção de três hospitais e a reforma de outros nove e a criação de um túnel de 2,4 km para ligar a Marginal do Pinheiros à Rodovia dos Imigrantes – com direito ao prolongamento da Avenida Doutor Chucri Zaidan e a construção de duas pontes sobre o Rio Pinheiros, na altura do Panamby.

 

Até as obras que contam com dinheiro demarcado das operações urbanas atrasaram. É o caso das obras antienchente da Pompeia, na zona oeste, que deveriam ter começado no início do ano. A troca das galerias pluviais do bairro, estimada em R$ 89 milhões, ainda não tem licença ambiental e não deve começar antes de 2013.

 

Outra vitrine da segunda gestão kassabista, o Projeto Nova Luz nem teve o edital para sua licitação de R$ 1,1 bilhão publicado. As obras para desapropriações na cracolândia dificilmente devem começar antes de dezembro. Nos últimos três anos, a revitalização da região enfrentou liminares da Justiça e protestos de lojistas da Rua Santa Ifigênia, contrários à proposta.

 

Para gastar o dinheiro em caixa, porém, Kassab só tem 126 dias. A legislação orçamentária não define regras nem limites para uso do saldo bruto de R$ 8,7 bilhões, mas, segundo especialista em administração pública, é preciso haver uma relação equilibrada entre receita e despesa.

 

“O ideal é que não exista nem déficit nem superávit. Esse valor extra, porém, pode ser sintoma de uma grave doença: ou se está cobrando mais imposto que o necessário ou o Município não teve capacidade de se programar para utilizar os recursos em prol da população”, diz Márcio Cammarosano, professor de Direito Administrativo da PUC-SP.

 

Política. Para o advogado Rubens Naves, especialista em Direito Público, deixar verbas para a próxima gestão pode representar uma escolha política. “Essa não é uma tradição brasileira. Normalmente, gasta-se até mais do que o previsto. Por isso, é difícil acreditar que esse valor vá se manter até o fim, ainda mais quando o administrador em questão não pode se reeleger. Se acontecer, pode ser uma medida política, para favorecer um sucessor aliado”, diz. “Mesmo assim, fazer isso sem cumprir as próprias metas não é ação fácil de entender.”

 

Em junho, o Tribunal de Contas do Município comparou as economias de São Paulo e Rio, cuja administração deve deixar a prefeitura com pouco mais de R$ 550 milhões em caixa. A conclusão é de que a saúde da gestão não depende de superávit e a recomendação é de investimento e maior empenho de recursos. / COLABOROU RODRIGO BURGARELLI

 

Por: ADRIANA FERRAZ , DIEGO ZANCHETTA
(Fonte: O Estado de S.Paulo)

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