De acordo com as investigações dos Promotores, Celma Milhomem (que assumiu posteriormente a presidência da Unirg e autorizou pagamentos referentes aos serviços) e o advogado Wallace Pimentel concorreram para os crimes de Ezemir e Ercílio, participando das tratativas da contratação direta e se beneficiaram da inexigibilidade na medida. Wallace, que prestou serviço como advogado substabelecido, recebeu em sua conta bancária o valor de R$ 179.032,11 (cento e setenta e nove mil, trinta e dois reais e onze centavos), enquanto o próprio contratado, Ercílio, recebeu R$ 45.500,00 (quarenta e cinco mil e quinhentos reais) e Celma e sua irmã Ceila receberam R$ 18.000,00 (dezoito mil reais). A estimativa é que os desvios chegassem a R$ 1 mi. Do contrato, assinado por Ezemi e pelo denunciado Ercílio, constava também uma cláusula referente a pagamento de 10% para o advogado sobre o montante recuperado em cada Ação Judicial.
Em 2010, quando assumiu a Presidência da Unirg, Celma assinou acordo judicial para pagamento de mais de R$ 1 mi para a empresa Advocacia Bezerra e Castro S/S, representada por Walace, tendo ainda ajuizado Ação de Execução de Título Extrajudicial do mesmo contrato. Celma sequer questionou a cobrança e não exigiu apresentação de embargos à execução. Ao saber dos crimes contra a fé pública, o MPE expediu recomendação e impediu o pagamento de grande parte dos valores.
Além de peculato (desvio de dinheiro público), o MPE aponta que houve ilegalidade na contratação de serviços advocatícios, falsidade de documento e falsidade ideológica.
Os Promotores de Justiça recomendaram ao Prefeito de Gurupi, Alexandre Thadeu Abadlla, a exoneração Ezemi Nunes Moreira, que agora atua como Secretário da Educação no município.
Por: Denise Soares
(Fonte: Ministerio Publico Tocantins)