O desvio de fundos descrita pela Procuradoria em seus relatórios consistia em que, uma vez obtidas –sem licitação prévia– as incumbências
A Procuradoria Anticorrupção espanhola cifrou em € 5,8 milhões o dinheiro que Iñaki Urdangarin, genro do rei Juan Carlos 1º da Espanha, e seu sócio Diego Torres teriam recebido de maneira irregular quando dirigiam o Instituto Nóos.
Essa quantidade é praticamente idêntica à que, nesse mesmo período, o Instituto recebeu de organismos públicos espanhóis.
A mecânica do desvio de fundos descrita pela Procuradoria em seus relatórios consistia em que, uma vez obtidas –sem licitação prévia– as incumbências, o Instituto Nóos encomendava os trabalhos a sociedades mercantis de propriedade dos próprios Urdangarin e Torres.
O promotor Pedro Horrach declarou que o genro do rei e seu sócio “terceirizam a si próprios” para desenvolver um trabalho encomendado ao Instituto Nóos, “aparentemente uma associação sem fins lucrativos”, embora “o que derive dessa subcontratação seja precisamente a concorrência de um ânimo desmedido por lucro”.
Lucros, aliás, que eram significativos, segundo o representante do Ministério Público espanhol, já que a Nóos apresentava “orçamentos fictícios” e fixava preços “totalmente desproporcionais”.