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Governo derruba elétricas e impulsiona ações voltadas ao mercado interno

Apagaram-se as elétricas

As ações do setor elétrico respondem ao anúncio na véspera de redução do preço da energia elétrica a partir de 2013 e sobre a renovação das concessões com vencimentos previstos a partir de 2015. Para a equipe de análise da XP Investimentos o que ficou implícito em toda movimentação do Governo, foi sua proatividade em intervir no setor como forma de reduzir o custo de energia no País. “Entendemos que seja complexa a análise dos diversos pontos e que o mercado deverá continuar digerindo os principais pontos”, explicam os analistas.

Em relação às medidas anunciada na véspera, a equipe de análise da XP Investimentos explica que o plano suscitou novas dúvidas nos agentes de mercado de como será esse processo de renovação, como será o tratamento dado aos ativos mais antigos e supostamente já depreciados e amortizados pelas concessionárias e se tais reduções de tarifas gerarão diferencias de preços de energia nos diferentes estados ou será distribuído para o sistema.

Além disso, o mercado ainda questiona se a renovação pode inclusive ferir artigos constitucionais acerca dos processos de concessões. “Enfim, seguimos com diversas dúvidas. Sabemos que o investidor é em essência avesso ao risco e incertezas”, explicam os analistas. Outras elétricas também caíram forte, como a AES Tietê (GETI4) viu suas ações recuarem 15,71%, aos R$ 23,60, enquanto Eletrobras (ELET3; ELET6) viu as ações ordinárias recuarem 4,72% e as preferenciais caírem 4,83%, para R$ 11,70 e R$ 17,74 respectivamente.

Outras elétricas chegaram a ter desempenho mais decepcionante durante a sessão, mas se recuperaram. É o caso da CPFL Energia (CPFE3), que chegou a 5,88% no intraday, mas terminou com recuo de apenas 1,33%, aos R$ 22,30. Durante a tarde, a companhia soltou um comunicado afirmando que seria uma das menos impactadas pelas medidas do governo, o que justificam esse movimento. Com a queda de Cemig, a CPFL tornou-se a elétrica mais valiosa do Brasil.

Saneamento e CCR também são impactadas?

Essa situação também impactou as empresas de saneamento e de concessões rodoviárias, que podem ser as próximas a sofrerem algum tipo de intervenção. Assim como as elétricas esse tipo de empresa era considerada altamente defensiva por ter seus resultados previsíveis nos próximos anos. “Desde a redução do spread no setor bancário, até intervenção no setor de telefonia e de energia elétrica, o mercado vem mostrando preocupação com aumento do risco regulatório”, afirma o analista da Omar Camargo, Felipe Rocha.

Assim, os papéis de CCR (CCRO3) recuaram 8,75% e terminaram aos R$ 16,47, assim como os da OHL Brasil (OHLB3), que tiveram queda de 5,96%, a R$ 18,29. CCRO3 movimentou R$ 597 milhões e assumiu o posto de terceira ação com maior movimentação da bolsa na sessão, atrás apenas das preferenciais da Vale (VALE5) e Cemig.

Já os ativos de Sabesp (SBSP3) recuaram 6,58% aos R$ 77,80, enquanto os da Copasa (CSMG3) também figuravam na ponta vendedora do mercado, com desvalorização de 9,43%, atingindo R$ 43,79. “A medida criou uma insegurança nos investidores sobre uma possível interferência mais firme do governo no setor de concessões rodoviárias”, afirma um analista que pediu para não ser identificado.

Pacote de bondades impulsiona empresas

Se o pacote de “bondades” do governo enfraqueceu as elétricas, teve forte impacto positivo na outra ponta do índice. Ações voltadas para o mercado interno foram bastante beneficiadas, destaca o analista da Geral Investimentos, Ivanor Torres. Entre elas, a B2W, Usiminas (USIM3; USIM5) e as imobiliárias.

Com isso, a B2W estende os ganhos dos últimos meses. “O papel vem se recuperando de uma grande queda nos últimos anos, mesmo de forma menos inclinada que quando caiu”, afirma o analista. O otimismo por conta de referências europeias também colaborou para impulsionar as ações da varejista online.

Já a Usiminas é uma das principais beneficiadas pela redução do custo de energia, já que o setor siderúrgico e a industria em geral é grande utilizadora de energia. “Existe uma clara intenção por parte do Governo Federal em reduzir o chamado Custo Brasil”, chamam a atenção os analistas da Lopes Filho. Assim, os papéis ordinários da siderúrgica subiram 7,38%, aos R$ 12,37, enquanto os preferenciais avançaram 8,04%, terminando aos R$ 10,75.

Outros papéis que se beneficiaram disso foram os da Rossi (RSID3, R$ 5,54, +6,95%) e Brookfield (BISA3, R$ 4,25, +5,99%). “O setor já vinha sofrendo bastante nos últimos meses e agora tá mostrando recuperação com isso”, destaca Torres.

Gol estende ganhos

As ações da Gol (GOLL4) voltaram a subir forte no pregão desta quarta, refletindo os rumores sobre a venda de seu controle para a Qatar Airways. Os papéis da companhia aérea avançaram 5,50% e terminaram cotados a R$ 10,93. Na segunda, eles chegaram a subir mais de 10% na máxima do dia, mas terminaram o pregão com valorização mais modesta, de apenas 5,54%. Depois disso, avançaram mais 4,65% na sessão anterior.

O colunista da Veja, Lauro Jardim, afirmou na véspera que os executivos da Qatar Airways se reuniram com o alto comando da Gol para negociar uma fusão semelhante a vista entre a LAN e a TAM. As conversas estão em “fase inicial”, de acordo com Jardim. Esses boatos fizeram, inclusive, com que o Citi aumentasse a classificação das ações da companhia áerea de venda para compra.

“A estabilidade das operações da Gol virou tema de interesse nacional. Com isto, acreditamos que mesmo que a empresa não seja vendida, algum tipo de apoio pode ser oferecido nos próximos meses”, afirmou a corretora. De qualquer forma, a companhia aérea reforçou nesta manhã que “não tem conhecimento de qualquer fato que possa justificar as oscilações” de suas ações entre 27 de agosto e 10 de setembro.

 

Por: Felipe Moreno

(Fonte: info Money)

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