Levantamento do G1 considerou reclamações de moradores desde janeiro. Expansão urbana é maior que velocidade de perfuração de novos poços.
Há um ano convivendo com a falta d’água, a aposentada Maria Rita Batista resolveu tomar uma medida extrema: registrou um boletim de ocorrência contra a Prefeitura de Ribeirão Preto. Levantamento realizado pelo G1 confirmou que o problema é recorrente em pelo menos cinco bairros da cidade.
“É uma falta de respeito com a minha individualidade. Minhas vizinhas estão deixando os apartamentos porque não tem como tomar banho”, disse Maria Rita.
Desde janeiro, as reclamações que chegam à redação por e-mail e telefone foram registradas. O trabalho resultou na criação de um mapa, que será atualizado no decorrer do ano, com os endereços onde o abastecimento é interrompido com frequência.
O mapeamento aponta que o desabastecimento é corriqueiro nas zonas sul e leste, afetando principalmente os bairros Alto da Boa Vista, Jardim Sumaré, Jardim Botânico e Lagoinha. Há ocorrências também na zona norte, no Ribeirão Verde.
Em todas as localidades, moradores fazem reclamações semelhantes: o abastecimento é interrompido pela manhã e só retorna à noite ou durante a madrugada, como explicou Valter Costa Viera, presidente da Associação dos Moradores do Ribeirão Verde, onde cerca de 500 imóveis estão sem água.
Vieira disse que relatou o caso por telefone à prefeita Dárcy Vera (PSD) no dia 26 de janeiro. “No dia era uma conversa maravilhosa, mas, na prática, não faz nada. Nós estamos jogados às traças”, reclamou.