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Executivos do BB eram principais interlocutores de Rosemary

 

Também são citados encontros com Ricardo Flores, José Luís Salinas, Paulo Oshiro e Alencar Ferreira, todos do Banco do Brasil.

 

Ferreira, que foi da Companhia de Seguros Aliança, coligada do BB, é citado na agenda de Rose em uma reunião de julho de 2010.

 

Ele era acusado à época de ter produzido um dossiê contra Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, Guido Mantega. No documento apócrifo, Marina é acusada de fazer lobby a favor de empresários usando a sede paulista do BB –o escritório da Presidência onde Rose despachava fica no mesmo prédio.

 

Ferreira sempre negou ter atuado na montagem do dossiê contra Mantega.

 

O dossiê foi interpretado no governo como uma chantagem contra o ministro por causa das disputas para nomear o presidente da Previ, o fundo de previdência do BB, que à época administrava recursos de R$ 150 bilhões.

 

Dentro do BB, havia a suspeita de que Rose teria ajudado a produzir o dossiê junto com sindicalistas bancários porque tinha acesso às câmeras de segurança do prédio.

 

Rose conseguiu alguns favores do BB. Em 2010, a Cobra, braço tecnológico do banco, contratou sem licitação a empreiteira do atual marido dela, João Vasconcelos, por R$ 1,12 milhão para reformar um prédio.

 

A Cobra era uma área de influência de Salinas, vice-presidente de tecnologia do BB até junho de 2010, recebido por Rose seis vezes. Ele também foi afastado do cargo por causa do dossiê.

Rose também conseguiu que seu ex-marido, José Claudio, fosse nomeado suplente do conselho da empresa de previdência privada do BB.

 

A agenda registra ainda encontros de Rose com sindicalistas, empresários e representantes de veículos de comunicação.

 

OUTRO LADO

 

O Banco do Brasil disse em nota à Folha que a relação com Rosemary Noronha “sempre foi estabelecida de forma institucional”.

 

Segundo o banco, o escritório da Presidência “funciona na sede do BB na capital paulista, fato que por si só gera a necessidade de frequentes contatos protocolares, relativos à própria administração do órgão”.

 

Celso Vilardi, advogado de Rosemary, afirma que os encontros com executivos do BB faziam parte do trabalho dela na Presidência. “Isso é natural porque eles trabalhavam no mesmo prédio”.

 

Ele disse desconhecer a suspeita de que Rose teria ajudado a produzir o dossiê contra Marina Mantega.

 

O advogado de Paulo Vieira, Leônidas Scholz, não quis comentar os encontros.

 

Ricardo Oliveira diz que Rose só agendava reuniões dele com o então presidente Lula. “Ela nunca entrou no mérito do assunto que seria tratado nos encontros. Ela nem teria condições técnicas de discutir a compra de um banco como a Nossa Caixa”.

 

Ricardo Flores, hoje presidente da Brasilprev, afirma que sua relação com Rose sempre foi “institucional”, “em função dos cargos que ocupei em diretoria colegiada no Banco do Brasil”.

 

A Folha procurou Alencar Ferreira por e-mail, mas não obteve resposta. A reportagem deixou recado no celular do advogado de Rubens Viera, Fauzi Achoa, mas ele não ligou de volta.

 

 

Por: PAULO GAMA e MARIO CESAR CARVALHO
(Fonte: Folha SP)

 

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