Mas a principal receita do futuro concessionário, segundo o estudo, será a venda de cadeiras para clientes VIPs, assentos por uma temporada inteira para jogos de determinado clube e camarotes. Os três itens representariam 61% da receita bruta, segundo o modelo de negócio da IMX.
O estudo aponta também para uma das principais críticas ao projeto: a elitização do público do futebol.
Em um trecho do documento, a IMX afirma que os clubes serão beneficiados pela “mudança do perfil do público” do estádio, bem como pelo aumento do valor dos ingressos. Não há preço estipulado no documento.
De acordo com o levantamento, se o estádio tiver apenas um clube como cliente, terá “a viabilidade do projeto comprometida”. O estudo aponta que são necessários 123 eventos anuais no Maracanã e no Maracanãzinho para se atingir este resultado.
O estudo leva em conta investimentos a cargo do futuro concessionário de R$ 469 milhões e um pagamento de outorga anual (“aluguel” pela exploração do estádio) de R$ 7 milhões.
No edital de licitação, porém, o governo alterou esses valores, impondo como piso R$ 584 milhões e R$ 4,5 milhões, respectivamente.
A mudança, entretanto, tem pouco impacto no gasto total da futura administradora do Maracanã.
ESTADO
O lucro de R$ 1,4 bilhão, estimado pelo estudo, compensaria o gasto público para reforma do estádio, que se aproxima de R$ 1 bilhão.
Mas, diz a análise da IMX, o governo não seria capaz de obter o mesmo resultado que uma empresa privada ao administrar a nova arena.
Sem muitos detalhes, o estudo conclui que se o Estado operasse o complexo e realizasse as obras teria um prejuízo de R$ 279 milhões. Ao conceder à iniciativa privada, ganharia R$ 42 milhões.
O governo pretende concluir a licitação em 11 de abril. Empresas estrangeiras que operam arenas na Europa estão interessadas. A IMX também vai participar. Ela já garantiu R$ 2,4 milhões, remuneração pelo estudo de viabilidade econômica. O futuro concessionário será o responsável pelo pagamento.
(Fonte: FOlha SP)