Com a campanha do Cenp, práticas assim devem perder força. “Estamos cadastrando empresas para auditar, com o mesmo rigor e técnica do IVC, os jornais e revistas que hoje não são verificados”, diz Barsotti. Nesse processo de cadastramento, já estão a BDO Brasil, que faz parte de uma das cinco maiores empresas de auditoria do mundo, e a ASPR Auditoria e Consultoria.
Esses novos auditores irão, como faz o IVC, checar a tiragem fornecida pelos jornais em suas gráficas: vão comparar o número dado com, por exemplo, o total de tinta e papel consumido na impressão. Também verificarão a distribuição dos exemplares, para se certificarem de que jornais e revistas realmente chegam aos leitores. Mas, para chegar a esse estágio, precisam antes passar por um processo de certificação do Cenp, que dura cerca de 90 dias.
“Com números confiáveis de circulação, jornais do interior poderão, por exemplo, atrair grandes anunciantes”, prevê Pedro Silva, presidente executivo do IVC. Também ficará mais fácil disputar verbas de propaganda federais, estaduais e municipais. “Há, hoje, cerca de 250 grandes agências de publicidade no País e mais de mil anunciantes que precisam de números confiáveis para medir a efetividade do investimento em anúncios”, afirma Silva.
Custos. Para ter sua circulação verificada, os veículos precisam pagar os custos disso. O preço varia conforme a circulação, mas é, em média, de R$ 8 mil ao ano (incluindo duas auditorias) para um jornal de até 5 mil exemplares por edição. As novas empresas credenciadas pelo Cenp devem, segundo Barsotti, ter preços competitivos.
Até mesmo o IVC, que é uma entidade sem fins lucrativos, montou um pacote para atender veículos de menor faturamento. A verificação é feita por R$ 1,6 mil, no caso de jornais ou revistas com tiragem de até 5 mil exemplares por edição.
“Os custos da auditoria caem porque montamos uma espécie de pacote com vários jornais na mesma região. Assim, conseguimos dividir as despesas”, afirma Silva. Há, segundo ele, cerca de 50 meios de comunicação impressa já interessados em ter sua circulação verificada pelo preço desse pacote.
O desafio, agora, é divulgar esses novos serviços aos meios de comunicação impressa do interior do País. Para isso, uma campanha publicitária começa agora, com anúncios em jornais e revistas.
(Fonte: Estadão)