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Brasília é espelho da diversidade cultural

Ao comentar a importância de espaços de valorização da nossa identidade cultural, o senhor também lembrou uma data triste para todos os brasileiros, nao apenas os brasilienses: o dia 20 de abril de 1997, quando o índio pataxó Galdino foi assassinado.

O que eu disse na abertura da exposição eu quero repetir aqui. Há 15 anos eu era o secretário de Cultura quando ocorreu o assassinato feroz do índio Galdino, num ponto de ônibus da Asa Sul. Um índio que veio passar o Dia do Índio na capital da República teve o corpo incendiado por jovens de classe média do Plano Piloto. Nós nos vimos em uma situação em que a Funai [Fundação Nacional do Índio], na ocasião, não tinha um lugar onde velar o corpo. Quando eu fui demandado, disse que tínhamos uma casa, um Memorial dos Povos Indígenas, que estava fechado à época. Pois abrimos, para que fosse velado o corpo. Essas coisas nós não podemos esquecer, porque nós lidamos com duas palavras que podem resumir o que é cultura: memória e invenção. Com essas duas palavras a gente trabalha todo o universo da construção das relações culturais.

É por esse momento que o Distrito Federal está passando?

Essa etapa de reconstrução que nós estamos vivendo passa pela recuperação de espaços físicos. No próximo dia 20 de abril, o governador Agnelo Queiroz vai devolver à população do Distrito Federal o Catetinho, que era onde Juscelino Kubitscheck repousava quando vinha a Brasília na época da construção da capital. Temos essa recuperação viva que vimos na última semana no Memorial dos Povos Indígenas, com uma magnífica exposição para oferecer à cidade e àqueles que nos visitam como turistas. Ainda este ano vamos devolver o Panteão da Pátria, ali na Praça dos Três Poderes. Queremos devolver a sala do Cine Brasília recuperada e, quem sabe, no ano que vem, começarmos a terceira etapa que é a de ampliação do espaço nos fundos do Cine Brasília, previsto no projeto original, para adequarmos aquele espaço ao seu melhor desempenho. Ao mesmo tempo, trabalhar nessas duas dimensões a fixação e a reconstrução permanente da memória e sermos fieis àquilo que é tão caro para nós, que vivemos em Brasília, que é a invenção. Brasília é a cidade inventada por Lúcio Costa e traz isso como sua marca. A tarefa da Secretaria de Cultura é trabalhar, tanto no sentido de estimular na sociedade a criatividade dos artistas, o talento dos músicos, dos literatos, arquitetos, etc., como também restabelecer os procedimentos democráticos e republicamos que entraram em colapso no governo anterior.

O que é preciso para esse restabelecimento?

Nós precisamos e vai levar tempo de que essas instituições, que foram levadas a pique, sejam reconstruídas e reconhecidas pela população, de forma que a gente reerga a autoestima dos cidadãos da capital da República. Para que sintam orgulho de viver nesse lugar, que tem a invenção mais delirante do país e que foi materializada pelas mãos dos candangos, com a capacidade de realização do nosso povo mais pobre, mais desvalido. Muitos nordestinos que desceram, ao longo dos anos, para construírem, tijolo por tijolo, esta cidade. Brasília é essa síntese da capacidade criativa e de realização do povo brasileiro.

 

(Fonte: Governo do Estado do DF)

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